Depois de sair por aquela porta, achei que eu tinha a obrigação de compartilhar algo maravilhoso que vi nesse final de semana. A exposição “The Art of the Brick” (A Arte de Construir) que está em cartaz na Old Truman Brewery Gallery no bairro de Bricklane em Londres é parada obrigatória para quem estiver por aqui ou vir de visita entre os dias 26 de setembro até o 4 de janeiro de 2015.
A exposição do artista americano Nathan Sawaya contém mais de 80 esculturas feitas de mais de 1 milhão de peças de Lego. Além das incríveis e inovadoras obras de arte, as mensagens apresentadas pelo artista ao longo do espaço percorrido despertam algo realmente inspirador para quem tem a oportunidade de fazer parte dessa incrível experiência.
Divididas em 9 salas diferentes (Ancient Art, Artist’s Studio, Across the Universe, Blue, Human Expression, Human Condition, Dinosaurium, Portrait Room e British Room), todas as obras estão divididas de acordo com o assunto do seu título.
Na primeira sessão intitulada “Ancient Art” (Arte antiga), são reproduzidas obras de arte antigas e esculturas famosas como a Deusa Athenas, a Vênus de Milo, e Davi, de Michelangelo.
Na parte de pinturas, são apresentados quadros como “A Monalisa” de Leonardo da Vinci e “A noite estrelada” de Van Gogh.
Fiquei me perguntando como seria possível construir um quadro com peças de lego… Encaixar as peças de forma que a lateral delas forme uma pintura famosa?!
Além disso, vale a pena ler as plaquinhas indicativas ao lado das obras, já que todas elas contém a quantidade de peças utilizadas para cada uma, o tamanho, o tempo para fazê-la e um pequeno texto repleto de significado. Achei incrivel a forma como foram apresentadas obras como “O Grito” de Edward Munch, extrapolando os limites do quadro.
“Crie o que você vê. Crie o que você sente. Crie o que você nunca viu”.
A segunda sessão é chamada “Artist’s Studio” (O Estúdio do Artista) e representa o “espaço” utilizado pelo artista para as suas criações. Ali podemos ver peças como uma escrivaninha com alguns de seus esboços, duas peças de xadrez, duas maçãs – uma grande e uma pequena, um computador com uma mão para fora e um lápis gigante que escreve a palavra YES.
O lápis gigante, por exemplo, representa um sonho de Nathan em ter um super lápis para poder escrever no teto. O computador, por exemplo, foi finalizado em 2006, porém mais tarde ele decidiu inserir a mão dentro da tela para simbolizar o quanto a tecnologia invade as nossas vidas na atualidade.
“Across The Universe” (Através do Universo) representa a sua evolução enquanto artista. Nathan diz que quando aprendeu a desenhar uma esfera tudo passou a ser possível, já que superou-se enquanto artista. Essa sessão foi pensada para despertar nas crianças o interesse pelas ciências e pela música. Destaque para o Violoncelo composto de 7.695 peças e para a impressionante nota musical azul (segundo ele, inspiração após ver uma artista tocar tão bem que parecia ter se transformado na própria nota musical).
Azul…
“Nade contra a corrente! Siga o seu próprio caminho! Encontre a coragem dentro de você”, assim é Blue (Azul), uma escultura feita sobre a superfície e que da a impressão de cruzar o vidro ao qual os braços atravessam.
As duas salas que seguem (“Human Expression” e “Human Condition”) representam as “expressões e condições humanas“ às quais nos encontramos nos dias de hoje. Medo, superação, descoberta, paixão, dúvidas e diferenças são somente alguns dos temas abordados em suas esculturas feitas de lego e suas análises sobre a existência humana.
A paixão de Nathan Sawaya pelo LEGO começou em criança e foi retomada em 2001, quando o norte-americano abandonou o seu trabalho como advogado e voltou às famosas peças dinamarquesas.
“Quando eu era um advogado, rapidamente eu comecei a perceber que eu estava mais confortável sentado no chão criando esculturas do que sentado em uma sala de reuniões negociando contratos. Meus próprios conflitos e medos pessoais, juntamente com um profundo desejo de felicidade geral, pavimentou o caminho para que me tornasse um artista feliz que trabalha em tempo integral”.
A obra SELF representa ele mesmo e seu imenso desejo de “deixar sair” para fora seu verdadeiro “eu”. E nunca mais olhou para trás.
Poderia passar muito mais tempo escrevendo sobre essa sala, repleta de significados e expressões, mas falarei sobre uma das suas obras mais famosas, denominada YELLOW (Amarelo). A obra de 11.014 peças representa a dificuldade que temos de “abrir-se para o mundo” e a metamorfose do artista através dos seus dias.
A próxima sala foi criada para as crianças. E como poderia ele criar uma exposição com peças infantis sem pensar em algo que as crianças adorariam ver? Dinosaurium (Dinossauro) é uma obra gigante e impressionante, feita para as crianças.
As últimas duas salas “Portrait Room” – repleta de porta-retratos e a “British Room” – cheia de ícones que representam a Inglaterra – como a famosa Cabine Vermelha, o grupo musical “Os Beatles” e a banda moda do momento “One Direction” encerram a expo.
Na saída ainda é possível brincar, jogar video game e construir com suas próprias peças de Lego. É ou não é incrível?!
O que você acha? Vale a pena assistir essa exposição? Então anota todas informações e vá conferir!
The Art of the Brick
91 Brick Lane, London, E1 6QL
Metro: Liverpool Street Station
Trem: Shoredith High Street Station
Onibus: 8, 26, 35, 47, 48, 55, 57. 78, 149, 242, 243, 388
Horário: Domingo a Quarta-feira: 10:00 – 18:00 (última entrada 17:00).
Quinta-feira: 10:00 – 20:00 (última entrada 19:00).
Sexta e Sábado: 10:00 – 19:00
Preço: Adultos (a partir de £14,50) / Crianças (a partir de £8)
Site para comprar ingressos antecipados: http://theatreticketsuk.entstix.com/tickets/the-art-of-the-brick
Escrito por Roberta Weber Calabró – Steps To Fly
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