Já pensou em visitar três regiões diferentes da Suíça nas suas próximas férias, incluindo os famosos Alpes Suíços? Confira o roteiro de inverno que fizemos pela Suíça, conhecendo a cultura e as belezas de três diferentes regiões do país que está no centro da Europa.
Suíça: o país que está no centro da Europa
Você deve estar se perguntando o que tem de tão atraente na Suíça além dos famosos Alpes e dos chocolates amados por todo o mundo. Bem, posso te dizer que além de paisagens magníficas, pessoas educadas, ambientes agradáveis e uma gastronomia singular e de-li-ci-o-sa, a história do país também é muito interessante!
Para quem não sabe, a Suíça é um Estado Federativo formado por 26 cantões. Os cantões são similares ao que temos como estados no Brasil, porém, com muito mais autonomia em relação ao governo. E é exatamente por isso que a Suíça consegue ser um país tão múltiplo e diverso, mesmo com uma área menor do que o estado do Rio de Janeiro.
Você sabia?
Existem 4 idiomas oficiais na Suíça! É isso mesmo, Italiano, francês, alemão e reto-romano são as línguas oficiais desse país tão pequeno.
Tudo isso porque, antes de virar uma Confederação, esses 26 cantões eram estados independentes, com características muito diferentes entre si. Os mais próximos à Itália, como Ticino, receberam grande influência italiana, assim como os outros receberam dos demais países vizinhos, como Alemanha e França.
Mas essa união não foi de um dia para o outro… Os cantões começaram a fazer acordos entre si, até que em certo momento perceberam que seria interessante diminuir suas responsabilidades, passando-as para uma Unidade Federal, que representasse todos. Assim surgiu a Confederação Helvética, que passou por vários outros processos até se tornar o que hoje nós chamamos de Suíça.
Para que os estados não perdessem suas características, na Constituição fica bem claro seus níveis de autonomia frente à diversas questões, como segurança pública, educação e saúde. Até a votação para os representantes são feitas de maneiras diferentes em cada cantão, você acredita? Ainda existem lugares em que se vota levantando as mãos.
Estou dizendo isso tudo para que você entenda a complexidade deste país tão particular. Não é à toa que foi um dos nossos destinos preferidos na Europa e é um dos mais almejados em todo o mundo. Apesar disso, saiba que a viagem não é econômica, pelo contrário. Mas vale a pena e existem maneiras de economizar.
A seguir, confira um roteiro completo de viagem por diferentes regiões da Suíça, com dicas de passeios incríveis que você vai se apaixonar!
Por quê viajar para a Suíça no inverno?
A temporada de inverno na Suíça corresponde ao período que estamos vivendo o verão no hemisfério Sul. Ou seja, vai de dezembro até março. Assim, esse é o melhor momento para viajar para a Suíça caso você tenha o sonho de ver montanhas majestosas cobertas de neve em um cenário cinematográfico.
Essa também é a melhor época para praticar esportes de inverno, como esqui, snowboard, polo, patinação no gelo e outros. Não preciso nem dizer como o país está preparado para esse tipo de aventura, né? A Suíça é o principal destino quando falamos no assunto.
Durante a estação, neve é o que não falta, principalmente nos Alpes e em regiões mais elevadas. As temperaturas podem variar de 0º até -20ºC, e é a temporada mais fria do ano e com dias mais curtos.
Além disso, essa é uma das características que contribuem para o chocolate (e a gastronomia, em geral) suíço seja tão gostoso e apaixonante. Afinal, você já ouviu falar em leite alpino?
Apesar do frio extremo, a região é bem preparada para receber turistas e lidar com as baixas temperaturas. Assim, lugares fechados contam com aquecimento e se você pretende comprar roupas por lá, elas são apropriadas e mais do que suficientes.
Mas se você ainda tem dúvida sobre o inverno suíço, o país também fica belíssimo na primavera e tem várias outras coisas para fazer. No lugar da neve, as montanhas se cobrem de vegetação e flores magníficas, que vão te deixar boquiaberto.
Como se locomover pela Suíça?
Assim como os demais países da Europa adaptados ao turismo, a Suíça tem uma rede de transportes exemplar, que serve de inspiração para todo o mundo. Para você ter uma ideia, uma das atrações que vamos recomendar aqui e que eu simplesmente amei foi o Museu dos Transportes. Nele, dá para entender e visualizar todo o transporte do país, que inclui uma malha ferroviária extensa, bondes, ônibus e aviões.
Apesar da variedade de meios de transporte, minha escolha e sugestão é utilizar o trem para viajar pela Suíça. Eu já adoro viajar de trem pela Europa por inúmeros motivos, mas na Suíça esse sistema de transporte consegue ser melhor ainda, mais evoluído e eficiente!
Até porque, as viagens de trem geralmente são bem rápidas e, quando não, as paisagens são de tirar o fôlego. Na Suíça, então… o percurso se torna o próprio destino!
Para utilizar esse transporte, você pode comprar um passe único para cada trecho ou o Swiss Travel Pass, podendo viajar em qualquer trecho ou horário durante determinado tempo. O que mais vale a pena depende de você, do seu orçamento e roteiro.
No meu caso, preferi comprar os passes individuais porque as hospedagens disponibilizam o cartão para uso gratuito do transporte público na cidade e no entorno da região, além de descontos nas atrações turísticas, dentro do período da hospedagem. Economizei muito com transporte utilizando os benefícios das hospedagens e o passe não seria tão útil, mas pode ser.
Só você pode saber o que vai te proporcionar mais conforto e liberdade, de acordo com sua realidade.
A primeira cidade do roteiro: Lugano
Sabe aqueles lugares com paisagens surreais de tão lindas? Assim é Lugano, a maior cidade da região de férias do Ticino, que fica na fronteira entre a Itália e a Suíça.
Lugano é uma peça importante na montagem do quebra-cabeças do roteiro de viagem pela Suíça mas, normalmente, é vista pelos turistas como apenas uma opção de bate-e-volta a ser feito a partir de Milão. A viagem de trem dura aproximadamente 1h e você consegue aproveitar bastante o dia, voltando no final da tarde para a cidade italiana.
Todavia, eu recomendo fazer diferente e ficar mais dias em Lugano para curtir o melhor da região e ter uma verdadeira experiência de conhecer a Suíça com todos seus estereótipos maravilhosos: a limpeza, a organização, a tranquilidade e a hospitalidade com turistas.
Lugano fica em uma baía no lado norte do Lago Lugano, cercada por inúmeras montanhas que oferecem pontos de vista esplêndidos desse baita destino de viagem. O centro histórico sem trânsito, os numerosos edifícios em estilo Lombardia Italiana, os museus exclusivos, as montanhas, o lago e um calendário repleto de eventos convidam os visitantes a conhecer os pontos turísticos, a absorver a atmosfera e aproveitar “dolce far niente” dessa cidade Suíça com ares de Itália.
Como a cidade fica bem na fronteira entre os países, tem a vibe e muitos costumes do país vizinho, além da língua local. Além disso, é o terceiro centro financeiro mais importante da Suíça e um centro de conferências, bancos e negócios. Isso tudo contrasta com os belos parques e flores, casas de campo e templos sagrados.
Com um toque mediterrânico, é um destino que oferece todas as vantagens de uma cidade de classe mundial, combinada com as vistas idílicas de uma pequena cidade suíça.
O que fazer em Lugano?
Nossa primeira ideia de passeio em Lugano foi caminhar pela cidade, como sempre gostamos de fazer em nossos destinos de viagem – a ideia é curtir como os locais fazem! Caminhamos muito pela beira do lago, que está sempre cheio de locais que gostam da paz e de curtir a natureza para suas corridas ou de simplesmente ficar observando a bela paisagem que se descortina à sua frente de forma quase surreal de tão bonita!
O Parque Civico que fica na beira do lago também é um lugar muito tranquilo e lindíssimo. Muito bem cuidado, limpo e com uma vista espetacular para o Lago de Lugano. Aos domingos, costuma ficar cheio de cidadãos de Lugano querendo relaxar ou passear com seus filhos – há uma boa área para curtir com os pequenos.
Além disso, uma ótima dica de passeio para quem vai conhecer o Parque Civico é cruzar o rio Cassarate pela pequena ponte para chegar até a “praia” pública da cidade. Lido Lugano é um lugar com estrutura completa, duas piscinas e dois restaurantes – para usufruir de toda essa a estrutura você terá que pagar uma taxa, mas as piscinas são realmente boas e a área é bem legal para quem quer descansar.
Cenário artístico e cultural
Conhecedores de arte são atraídos para esta cidade de arte e arquitetura pelo alto padrão das exposições que ali se encontram! E há ótimos centros culturais e galerias para visitar.
No MASI (Museu da Arte Svizzera Italiana), você encontrará as pinturas de Klee, Jawlensky, Renoir e Degas, entre outros. O museu tem três andares repletos de arte para serem visitados com calma.
Outra sugestão cultural é o LAC (Lugano Arte e Cultura), um centro cultural dedicado à arte contemporânea (dança, performance e música). O local é palco de dois grandes festivais culturais da cidade, o “LuganoInScena” e o “LuganoMusica”.
Ainda para quem ama cultura, o Museu Hermann Hesse é um passeio muito agradável, e fica em um local idílico acima do Lago Lugano. Você encontrará objetos pessoais, fotos, livros e pinturas em aquarela que contam a vida em movimento do escritor alemão Hermann Hesse. Durante seus anos em Ticino, ele escreveu com vistas do Lago Lugano em um apartamento do pequeno castelo pitoresco que passava pelo humilde nome de Casa Camuzzi.
Além de contos, algumas de suas obras mais importantes – como Siddharta, Narziss e Goldmund ou Klingsors letzter Sommer – foram escritas ali. E não é de admirar que belas caminhadas na paisagem circundante que uma vez inspirou o poeta e escritor também atraem as pessoas até lá!
Monte Brè e Monte San Salvatore
As duas montanhas mais próximas de Lugano, Monte San Salvatore e Monte Brè, proporcionam um panorama excepcional da cidade, do Lago Lugano e do cenário alpino. Você sabia? Dizem que o Monte Brè é o ponto mais ensolarado de toda a Suíça.
Dali, inclusive, há um passeio até à aldeia de Brè, que preservou o seu típico centro da vila de Ticino e realçou-o com obras de arte. Do Monte San Salvatore, outro passeio popular segue pela Carona até o Lago Lugano, em Morcote. Fazer uma viagem de barco de volta a Lugano é uma maneira esplêndida de terminar o dia.
Como chegar?
Para subir a montanha, você pode pegar um ônibus em Lugano até a Società Funicolare Cassarate Monte Brè, onde fica a bilheteria do funicular. Quando fizemos o passeio, nós fomos de funicular até o Monte Brè, mas dá para fazer este trajeto a pé ou de ônibus.
Outra opção é ir de barco de Lugano até o porto de Cassarate, pegar o pequeno trecho de funicular que liga Cassarate até Ruvigliana (ou Suvigliana) e, daí sim, começar a subida para o topo do Brè.
Bate-voltas para fazer a partir de Lugano
Locarno
Locarno é uma daquelas cidades perfeitas da Suíça que tem tudo: desde o fácil acesso às montanhas e uma divertida praia no lago até bons restaurantes e uma animada cena cultural.
Você encontrará belas vistas para o lago, um centrinho histórico charmoso e o Santuario della Madonna del Sasso, que merece uma visita. Aproveite as ruas estreitas de paralelepípedos, as lindas casas cor pastel, os museus interessantes e as butiques e restaurantes exclusivos que cercam a região.
Aliás, alguns moradores de Lugano dizem que há uma pequena rivalidade entre os dois locais, que disputam o título de “cidade mais bonita do Ticino”. Então, porque escolher uma se você pode curtir as duas?
Como chegar?
Se você estiver de carro, a viagem dura cerca de 30 minutos de Lugano até Locarno. De trem a viagem dura entre 50 minutos e 1h10, conforme a linha e horário que você pegar. Você pode também ir de ônibus pela Linha 311 – a viagem dura pouco mais de uma hora.
Swissminiatur
Pra quem curte miniaturas de cidades, taí um programa divertido. Inaugurada em 1959, Swissminiatur é um museu ao ar livre onde você pode admirar os mais importantes edifícios e meios de transporte suíços em um só lugar. Ao redor do parque, você pode admirar os mais de 128 modelos em escala de 1:125 dos edifícios e monumentos mais famosos da Suíça.
Os modelos detalhados e autênticos incluem os principais pontos turísticos da Suíça como os castelos de Rapperswil, Chillon e Bellinzona, o Parlamento Federal em Berna e a Piazza Grande em Locarno.
E ainda há outro grande atrativo: uma rede de 3560 metros de ferrovia em miniatura atravessa o Parque com 18 trens que correm sobre trilhos, atravessam pontes e param nas estações. Enquanto isso, barcos lotam lagos, teleféricos e funiculares sobem e descem montanhas.
Como chegar?
De Lugano, você demora dez minutos para chegar de carro. De trem até Melide, com o S10, você demora pouco mais de dez minutos também!
Bellinzona
Com três castelos medievais hiper bem preservados e um centro histórico muito bonito, Bellinzona é a capital mais meridional da Suíça. O horizonte da capital do Ticino é definido por fortificações poderosas, incluindo três dos castelos medievais mais bem preservados da Suíça, listados como Patrimônio Mundial da UNESCO. A cidade também funciona como uma porta de entrada para a Itália para aqueles que viajam do norte, e para os Alpes para aqueles que vem do sul.
Os cantos e praças pitorescas, os pátios e o teatro de estilo italiano, neo-clássico, e as casas antigas simpaticamente restauradas contam aos visitantes a história deste lugar, que é culturalmente uma cidade da Lombardia.
Por trás do charme austero medieval, você encontra toda a vida dinâmica de uma cidade efervescente: inúmeras boutiques, cafés e lojas especializadas com iguarias culinárias. Todos os sábados há um grande mercado semanal na Piazza Nosetto.
Como chegar?
Se você estiver de carro, a viagem dura cerca de 30 minutos de Lugano até Bellinzona. Este o mesmo tempo médio indo de trem. Você pode também ir de ônibus – e essa é a forma mais rápida de chegar até lá.
Próxima parada: Lucerna
Aninhada entre um cenário de montanhas imponentes e um lago cintilante, Lucerna (“Luzern” em alemão) é uma das cidades mais visitadas da Suíça e sua língua oficial é o alemão. A cidade fica ao lado do Lago Lucerna, em uma paisagem montanhosa que mais parece saída de cartão postal.
Oferecendo uma série de coisas para ver e fazer, é um maravilhoso destino de férias para passar alguns dias, conhecer belas montanhas, além de ver neve e paisagens maravilhosas do interior do país. E fora os bate-voltas incríveis que dá para fazer na região, ainda há muito para ocupar você na cidade, nas ruas históricas da Cidade Velha sem tráfego, nas pontes medievais e nas históricas torres defensivas… É incrível!
O que fazer em Lucerna?
Pontes Kapellbrücke e Spreuer
No dia da chegada, acabamos ficando só no centro histórico caminhando pelas pontes, principalmente a Kapellbrücke, uma das atrações mais populares de Lucerna.
Erguida em 1333, a ponte medieval é apenas uma das muitas que fica no rio Reuss, mas essa é famosa por ter uma torre com um telhado octogonal. Uma curiosidade interessante é que um incêndio em 1993 quase destruiu a famosa ponte de madeira de Lucerna e, embora tenha sido reconstruída, os danos do fogo ainda podem ser vistos nos painéis pictóricos restantes do século XVII.
Além disso, você também pode visitar outra famosa ponte coberta de Lucerna, a Ponte Spreuer, construída em 1408 como parte da fortificação da cidade. Ao contrário da Kapellbrücke, a Spreuer foi poupada do incêndio de 1993, mas nela você encontra pinturas ainda um pouco mais sombrias: Kaspar Meglinger adicionou 67 pinturas representando a “Dança da Morte” entre 1626 e 1635.
Centro Histórico e Museu dos Transportes
O Centro Histórico (Altstadt) de Lucerna é aquele lugar ideal para ser percorrido a pé. Ali você encontrará várias praças medievais, ruas de paralelepípedos e uma boa quantidade de lojas, boutiques e cafés, além de souvenirs suíços como relógios, canivetes e chocolates. Aliás, se você gosta de comprar roupas, as principais cadeias de lojas da Suíça estão em Lucerna.
Outro bom passeio para se fazer por lá e que eu já comentei por aqui, é visitar o Museu dos Transportes Suíços, que fica pertinho do lago. Ali também há um centro esportivo e o local de embarque para passeios de barco.
O museu, também conhecido como Verkehrhaus, reúne uma belíssima coleção de diferentes aviões, trens e automóveis que conta a história dos transportes na Suíça. Exibições permanentes e interativas, passeios e simuladores, bem como um teatro e planetário IMAX, tornam este o museu mais popular da Suíça! E, se você estiver visitando Lucerna com crianças, eles amarão o passeio!
O leão esculpido em pedra
Outra das principais coisas a fazer em Lucerna é visitar a Löwendenkmal, a escultura do leão esculpido em pedra, um dos monumentos mais famosos do mundo.
O enorme leão foi esculpido em rocha natural em memória das mortes heróicas dos mercenários suíços nas Tulherias, na França, em 1792. O autor americano, Mark Twain, descreveu uma vez o Leão de Lucerna como a peça de pedra mais triste e comovente do mundo e, até hoje, a escultura recebe milhares de visitantes todos os anos.
A Catedral
Perto do leão esculpido em pedra, fica a Catedral, um outro passeio interessantíssimo. Afinal, é a igreja renascentista mais importante da Suíça!
Essa catedral foi destruída num incêndio de proporções épicas e reconstruída em 1645. A igreja tem uma história que remete à reforma protestante no país. Sua grandeza, vista de qualquer lugar do Lago Lucerna, não esconde essa fama – perto dela, há uma pequena fonte e um cemitério que rodeia o terreno da igreja.
Centro de Convenções
A visita ao Centro de Convenções é obrigatória para quem curte arquitetura, e esse é definitivamente o nosso caso. A imponente construção fica em frente ao lago e quem projetou foi o famoso arquiteto Jean Nouvel, entre 1995 e 2000. Ali, há uma sala de concertos, um centro de congressos e um museu de arte – tudo sob o mesmo teto.
A peça mais famosa do Centro de Convenções é a sala de concertos, que tem a considerada melhor acústica do mundo! É ali que o Festival de Lucerna acontece e também inúmeros congressos, premiações e atrações culturais.
O ambiente arquitetônico único do centro e a acústica excepcional conquistaram elogios muito além das fronteiras da Suíça.
Muralhas e torres Musegg
Em nosso passeio pela cidade, também subimos pra ver um mirante da cidade, as muralhas e torres Musegg. Essa é uma estrutura imensa de muros construída na cidade em 1386 – e, acredite, até hoje estão intactas! Além das muralhas, também há nove torres ali, mas apenas quatro podem ser visitadas.
Sem dúvidas, a partir dali, você terá uma das melhores vistas da cidade e vai tirar ótimas fotos!
Uma curiosidade: dentro de uma dessas torres, a chamada Zyt, está o relógio mais antigo da cidade, construído por Hans Luter em 1535. Passeio imperdível e gratuito – acredite, mesmo se você não conseguir subir nas torres, o passeio pelas muralhas e ver a cidade de cima vale muito a pena!
Bate-voltas para fazer a partir de Lucerna
Mont Pilatus
Esta montanha com vista para Lucerna oferece aos seus visitantes aquelas paisagens de livros ilustrados e de embalagem de chocolate suíço que, em fotos, nem parecem reais! O Monte Pilatus possui vários picos, com o mais alto deles a uma altura de 2.132 metros – este ponto é chamado Tomlishorn. Outros picos significativos são Esel, Oberhaupt e Pilatus-Kulm, que medem 2.118m, 2.105m e 2.070m, respectivamente.
A montanha é acessível por teleféricos, no entanto, se você tem um bom preparo físico e é acostumado a fazer trilhas, pode subir as colinas. Você deve levar aproximadamente quatro horas para chegar ao topo, mas lembre-se de tomar todas as precauções possíveis e viajar com um seguro viagem contratado! Afinal, você não vai querer gastar todas suas economias de viagem porque algo inesperado como uma torsão no seu pé aconteceu, certo?
Comparada a outras montanhas da região, Pilatus é mais alta e rochosa, requer cuidado!
Como chegar?
De Lucerna, existem três formas pra chegar lá: a primeira é pegar um trem ou um barco até Alpnachstad. Dali, você pega o trem para subir até o Monte Pilatus. Como segunda opção, você pode ir de ônibus até Kriens, do lado norte do Monte Pilatus, de onde você tem acesso ao Teleférico Dragon Ride. E, por fim, você pode fazer um trekking partindo de Kriens até a montanha.
Monte Rigi
Para uma experiência real do que é o interior da Suíça, você precisa visitar o Monte Rigi, que é um bate-e-volta de um dia e uma bela viagem pra se fazer a partir de Lucerna. A montanha também é chamada de “Rainha das Montanhas”!
Dali, você pode ver mais de 13 lagos e os espetaculares Alpes Suíços cobertos de neve no inverno e verdejantes e idílicos no verão. Na verdade, as vistas do topo da montanha se estendem até a Floresta Negra da Alemanha. O cume é chamado Rigi Kulm e está a uma altura de 1.798 metros acima do nível do mar! E todo o monte é quase completamente cercado pelas águas do Lago Lucerna, Lago Laurez e Lago Zug.
Como chegar?
Pegue o barco de Lucerna para Vitznau. Mude para o trem de roda dentada para Rigi Kulm. Depois, pegue o trem de roda dentada até Rigi Kaltbad e mude para o teleférico até Weggis. Se estiver de carro alugado, a viagem dura cerca de 45 minutos de Lucerna até o Monte Rigi.
Blausee
O lago Blausee é um dos mais visitados da Suíça e parece um lugar fictício de tão bonito. As águas esverdeadas e limpíssimas parecem saídas de um livro de fábulas infantil. Fica entre Kandersteg e Frutigen, no Bernese Oberland, escondido no meio e uma floresta.
Mas não pense que não há infraestrutura pra chegar lá! Um caminho pavimentado leva da loja de presentes na entrada até o lago através de uma floresta densa. Rapidamente, o impressionante lago azul aparece diante de seus olhos…
Vale super a pena, mesmo no verão que enche! O pequeno lago fica no meio de um belo parque natural de 22 acres que embra um jardim japonês em tamanho real de tão bem cuidado. Há playground para os pequenos e espaço pra quem quer fazer piqueniques.
Como chegar?
Recomendamos pegar o trem de Lucerna para Interlaken Ost, que leva por volta de quatro horas de viagem com belas paisagens. Como alternativa, dirigir de Lucerna para Blausee é a opção mais rápida e dura pouco mais de uma hora e meia. Além disso, há estacionamento no lago.
Lago Bannalp
Este é um dos passeios mais lindos pra se fazer na Suíça, com um lago lindo, circundado por montanhas e bem limpo – e é um passeio que foge do lugar-comum! Há uma trilha para as crianças chamada de “Trilha dos Duendes” e também uma igrejinha super charmosa.
No topo dessa montanha, há outras possibilidades de trilha – a caminhada do Bannalp até Brunni (em Engelberg) tem vistas de tirar o fôlego e certamente renderão belíssimas fotos!
Como chegar?
Quem for de trem, pega um até Engelberg e desce na Estação Wolfenschiessen. Dali, pegue o ônibus até Fellboden, de onde sai o teleférico para o Bannalp. Não há razão pra ter receio de fazer isso: como era de se esperar da Suíça, tudo é super-bem organizado e sinalizado!
Se você estiver de carro saindo de Lucerna, meia hora de viagem te levam ao Bannalp – aliás, a boa notícia é que há estacionamento gratuito no local!
Uma rápida parada na capital da Suíça: Berna
Berna é um destino fantástico de viagem – e se eu soubesse disso, tinha planejado até ficar mais tempo por lá, não fazer apenas um pit-stop de algumas horas, como fizemos! E são muitos os motivos que levam à essa minha afirmação… Poucas cidades conseguiram manter suas características históricas com tanto sucesso quanto Berna.
Fundada em 1191, a cidade foi construída para oferecer proteção em três lados, com o rio Aare circundando-a. Em 1405, a maior parte da cidade foi destruída pelo fogo. A reconstrução começou quase imediatamente em arenito e muitos desses edifícios ainda permanecem em pé até hoje, contando a história da cidade.
A Cidade Velha de Berna é um Patrimônio Mundial da UNESCO e, graças aos seus seis quilômetros de arcadas, abriga um dos mais longos passeios comerciais da Europa – totalmente protegido das intempéries do clima.
O ar medieval da cidade, com suas muitas fontes, fachadas antigas, ruas estreitas e torres históricas é simplesmente único. O elevado Rose Garden, acima do Bear Park, e a plataforma da torre da catedral, com 101 metros de altura, oferecem as melhores vistas da cidade velha, onde o rio Aare está.
As Casas do Parlamento (Bundeshaus) erguem-se acima da cidade, a poucos passos da estação ferroviária. E embora Berna tenha uma boa rede de transportes públicos, é melhor explorar a pé o centro da cidade, como nós fizemos!
O que fazer em Berna?
Berner Munster e Zytglogge
Um ótimo local para visitar é a Berner Munster (catedral), de onde você terá vistas excelentes de Berna. A construção da belíssima catedral começou em 1421 e hoje o Munster é o maior edifício sagrado da Suíça. Uma subida da torre de 100 metros é obrigatória para tirar fotos incríveis! Não deixe de conferir também os vitrais da catedral com 12 metros de altura.
Além disso, o Zytglogge é uma torre medieval que também é um ótimo programa para os turistas! Construído no início do século XIII, serviu a cidade como torre de guarda, prisão, torre do relógio, centro da vida urbana e memorial cívico.
Apesar das muitas redecorações e reformas que sofreu nos seus 800 anos de existência, o Zytglogge é um dos símbolos mais reconhecíveis de Berna e o monumento mais antigo da cidade, e com seu relógio astronômico do século XV, uma grande atração turística. É um patrimônio histórico de importância nacional, e parte da Cidade Velha de Berna.
Museus e natureza
O Museu Zentrum Paul Klee, situado nos arredores da cidade, abriga a coleção mais abrangente de obras do artista Paul Klee – é um passeio imperdível! Assim como a Albert Einstein House, que é a prova de que um dos maiores gênios da física morou em Berna no início do século XX. O local pode, idealmente, ser combinado com uma visita ao Museu Einstein.
Outras boas dicas de passeio por lá são o Museu de Belas Artes, o Museu de História Natural e o Museu da Comunicação.
Além disso, o belíssimo Jardim Botânico está localizado ao longo do rio, assim como o Zoológico Dählhölzli e o antigo bairro de Matte. Uma visita ao Bear Park, habitat de uma família de ursos marrons, é obrigatória – especialmente se você viajar com crianças.
Por último, o destino mais almejado: os Alpes Suíços
É claro que, depois de passar por Lugano, Lucerna e Berna, nós não poderíamos viajar para a Suíça sem ter a verdadeira experiência de ver aquelas montanhas cheias de neve, as paisagens maravilhosas e o charme dos chalés ao pé das montanhas que só os Alpes Suíços proporcionam!
A região que escolhemos para viver esta experiência foi a região de Jungfrau (também conhecida como Oberland) – mais precisamente, Grindelwald e Wegen!
É um lugar famoso mundialmente entre as pessoas que amam esportes de inverno e atletas de esportes de aventura em geral! Mas não se prenda à isso, pois há muito mais o que fazer por lá. Montanhas imponentes, prados alpinos, teleféricos, trens históricos de rodas dentadas, trilhas cênicas para caminhadas, vilas e aldeias pitorescas… Incrível!
Este é um dos destinos mais populares da Suíça para turistas e as enormes montanhas de Mönch, Eiger e Jungfrau dominam a paisagem. Aldeias encantadoras como Mürren e Gimmelwald se apegam às falésias, com vista para o belo vale de Lauterbrunnen. Os teleféricos levam os visitantes até os picos mais altos das montanhas e trilhas para caminhadas conectam pequenas cidades e oferecem vistas alpinas incríveis. Para muitos visitantes, esse é o destaque de uma viagem à Suíça, e pra gente não foi diferente!
Como chegar e onde ficar?
Pra chegar lá, partimos de Interlaken de ônibus até Wilderswil e, de lá, pegamos um trem até Lauterbrunnen. Minha dica é que você monte base em Grindelwald, Wengen, Lauterbrunnen ou outro vilarejo nos arredores.
Lauterbrunnen é uma pequena cidade situada no vale de Lauterbrunnen e ali você vai encontrar casas rústicas, chalés suíços, hotéis e restaurantes, enquanto as Cataratas Staubbach caem em cascata no penhasco ao lado da cidade.
Dali, ao invés de pegar o trem de Lauterbrunnen até Wengen, fizemos o trajeto todo a pé, caminhando por uma trilha de montanha. Foi uma legítima aventura e essa escolha foi uma das mais bacanas da nossa viagem! A caminhada foi simplesmente espetacular e caminhamos por 1h40min no total!
Pra gente, o melhor da caminhada foi curtir a Suíça como os locais curtem – o melhor da natureza, as paisagens belíssimas, os rios e muitos esquiadores já devidamente “fardados” para praticar o esporte nas montanhas.
Depois, de Wengen, pegamos um teleférico até Mannlichen e, de lá, outro teleférico até Grindelwald.
Dica!
Pra quem quer esquiar, vale a pena programar a estadia numa das cidades que sugeri, alugar a roupa e equipamento por uma semana ou mais, conforme o tempo que for ficar e comprar o passe de esqui, podendo optar por apenas uma única montanha ou variar.
O passe dá direito a usar o teleférico quantas vezes quiser, claro, já que normalmente há um veículo fechado para os turistas e esquiadores e outro aberto só para esquiadores.
Vimos muitos suíços aproveitando a temporada de esqui, pessoas de todas as idades, famílias inteiras e a criançada se divertindo muito… É um programa que claramente é um dos favoritos de quem mora por lá!
Wengen
Wengen é um minúsculo vilarejo onde não entram carros que fica bem no meio dos Alpes Suíços, a 1274 metros acima do mar. Chegamos na cidade a pé, mas é possível chegar de trem, claro, e então pegamos o teleférico (bondinho) até a montanha Männlichen. Este teleférico também faz o trajeto Wengen-Mannlinchen-Grindelwald ou vice-versa, e você pode chegar por um lado e voltar por outro.
Männlichen, que fica literalmente logo acima de Wengen, é um paraíso de opções para quem quiser esquiar ou praticar esportes de montanhas. Não é muito dos esportes? A vista que você vai ter compensa!
Dali, você tem uma visão completamente panorâmica – e simplesmente espetacular – dos Alpes Suíços. Além disso, para tirar belas fotos e apreciar os montes Eiger, Mönch e Jungfrau, faça uma caminhada de apenas 25 minutos, chamada de “Caminhada Real”, onde o mirante principal é em formato de uma coroa!
Grindelwald
Grindelwald é um vilarejo super charmoso, e costuma ser a porta de entrada pra essa região dos Alpes para quem ama esquiar ou fazer caminhadas no verão. É também uma base para subidas de montanhas até a icônica face norte da montanha Eiger.
Gletscherschlucht, um desfiladeiro glacial nos arredores de Grindelwald, apresenta caminhos bem sinalizados, cachoeiras e paredes de calcário estriado. Quando chegamos em Grindelwald, pegamos outro teleférico e fomos até o monte First, onde passamos o dia todo lá curtindo o visual, neve, esqui e fizemos um almoço bem bacana no local.
E, por incrível que pareça, os preços lá na montanha são iguais dos da cidade! Aliás, os teleféricos são caros, mas valem o que pedem, e as viagens duram em média 10, 20 ou 30 minutos de um ponto a outro. São seguros e com manutenção permanente, por isto caros. Para quem tem o cartão City Card da cidade onde está hospedado, tem um bom desconto, o mesmo vale para quem tem o Swiss Travel Pass.
O topo da Europa: Jungfraujoch
Depois de viver todas essas experiências fantásticas, decidimos não ir ao Jungfraujoch, o famoso Top Of Europe. Nosso raciocínio foi o seguinte: todos estes vilarejos e montanhas citados ficam no caminho ou entorno para quem vai para o passeio do Jungfraujoch, mas normalmente as pessoas acabam só passando e vendo pelo trem.
Eu achei os vilarejos tão fascinantes no inverno que optei por não ir até o Top e ficar só curtindo e passeando por estas cidades. Já li alguns blogs de viagem dizendo que amaram o Top of Europe, outros nem tanto… Mas se a sua viagem para esta região for fora do inverno, Jungfraujoch pode valer a pena, afinal, é o único lugar que no país que tem neve o ano todo!
Este Patrimônio Mundial da UNESCO é o lar da ferrovia mais alta da Europa e também é conhecida como “o topo da Europa”. Enquanto estiver no cume, você poderá apreciar a deslumbrante paisagem alpina. Não é à toa que Jungfraujoch é um dos passeios mais famosos e caros para quem visita a Suíça.
Parabéns pelo trabalho e pelas dicas! Estou indo com familia pra Milão em 19/12 e pretendo visitar a Suíça por cerca de 8 a 10 dias mas estou numa grande dúvida se consigo fazer de carro esse roundtrip ou se vou me meter numa enrascada ou seja estradas congeladas, perigosas e nem conseguir conhecer parte das cidades. Por outro lado de carro ganho flexibilidade e não preciso me preocupar com horários e passe de trem e logística. Só queremos conhecer as cidades e paisagens, não esquiamos nem temos essa pretensão de subir nos topos. Fui há 30 anos mas no verão e no esquema mochileiro com amigo. Se puder me dar alguma dica pra evitar bobagem agradeço. Também escutei que carro é complicado estacionar em algumas cidades
Oi, Fernando!
Segundo o consultor Rogério Milani, a Suíça é o melhor país para curtir com o trem ou outro transporte público, pois lá isto funciona 100%! Não vejo nenhuma necessidade de alugar carro, a menos que a ideia seja realmente circular bastante por cidades menores e vilarejos. Se a intenção for grandes cidades e montanhas, melhor fazer como os próprios suíços fazem, tudo de transporte público!