Vem ver como foi a nossa viagem para Apt, a aldeia medieval da Provença, que aconteceu no nosso sexto dia de viagem pela região do Luberon!

Nossa viagem para Apt, a aldeia medieval da Provença

Situada no coração do Luberon, no sopé da cordilheira, a cidade de Apt tem uma população de 12.000 habitantes e foi fundada pelos romanos na Via Domitia (RN100) em 45 aC. Já nesta época, sabe-se que a cidade tinha um fórum, um arco triunfal, templos, banhos termais e um teatro. Muitas ruínas ainda permanecem erguidas, como a Ponte Juliana que está acima do rio rio Coulon, que passa pelo pedaço antigo da cidade histórica. Mesmo para quem chega ainda ao longe, dá pra se ver a cidadela histórica de cima, com suas construções robustas e altas.

Isso também é devido ao fato de que, na Alta Idade Média, houve a construção de fortificações e a implantação dentro das muralhas da cidade da Catedral de Santa Ana, construída em 1052 e alterada muitas vezes ao longo dos séculos. A catedral de Sainte-Anne é uma das mais antigas igrejas da Provença e a mais antiga do mundo a ser dedicada à mãe da Virgem Maria – não é a toa que é considerada um Patrimônio Nacional da França.

A catedral combina variedade de estilos arquitetônicos, do românico ao barroco. A cripta inferior é parte do edifício romano original do século I, usado como local de culto já na era carolíngia, e consiste em um corredor que leva a um cofre onde, segundo a lenda local, o véu de Santa Ana foi encontrado. A cripta superior remonta a cerca de 1056 e consiste em uma pequena nave (que tem cerca de oito metros). Em 1660, após o nascimento de seu filho, o futuro rei Luís XIV, Ana da Áustria veio a Apt para orar na catedral e agradeceu seu santo padroeiro. Suas criptas ainda incluem o véu de St. Anne (uma bandeira árabe) e um altar do século V.

Claro que não podíamos deixar de visitar este marco histórico que ainda permanece totalmente original – passou apenas por alguns serviços de restauro, mas claramente foram trabalhos que respeitaram toda a história do local. As paredes de pedra realmente impressionam e a Igreja é bastante escura devido ao tipo de construção religiosa daquela época – mas garanto: vale muito a pena ir conhecer!

O centro da atual cidade também é todo muito antigo, com suas passagens abobadadas, ruas pequenas e sinuosas, pequenas praças repletas de árvores e mansões particulares. As muralhas antigas, em sua maior parte, deram lugar a largas avenidas – mas o charme ainda permanece lá! Quer ver?

Algumas das fachadas do casario de Apt, aliás, já indicam que estamos na região do ocre. Se quiser visitar, há um Conservatório dos Ocres e Pigmentos que oferece visitas guiadas ao antigo centro de trabalho e cursos de verão. Saiba mais no site da atração! Rustrel, onde fica uma antiga mina de exploração de ocre e que hoje é conhecida como “Colorado Provençal” devido à forma que a ação da exploração humana imprimiu na paisagem, fica a poucos quilômetros de distância, e pode ser vista do alto do vilarejo.

Foi também graças ao seu solo argiloso e ocre que a região de Apt tem uma longa tradição de cerâmica. Tudo começou em 1728, quando Luís XIV governava a França – mas a indústria atingiu seu auge no século XVIII e ganhou escala ainda maior com a descoberta das montanhas coloridas. Hoje, os artesãos continuam a perpetuar essa tradição – mas claro que as obras encareceram consideravelmente.

Apt também é conhecida pelos seus produtos locais – mais notadamente suas frutas cristalizadas – e claro que a cidade também tem uma feira que é famosa na região. Ocupando toda a cidade velha, a feira acontece todos os sábados de manhã. E essa fama não é de agora não: já na Idade Média sua reputação foi muito além das fronteiras locais e até regionais – o mercado de Apt é cheio de barracas coloridas que vendem produtos da agricultura local e artesanato e é tão movimentado que quem mora lá considera-a um ponto de encontro. Também no mercado, você certamente encontrará a famosa fruta cristalizada de Apt, que antigamente era uma iguaria especial reservada somente para os papas de Avignon no século XIV.

O que ver por lá:

– A Catedral de Sainte-Anne, claro. A sua nave românica e o seu sino datam do século XII e a nave central dos séculos XVI e XVII. Entre os tesouros de lá, você pode ver objetos sagrados, manuscritos e uma coleção de adereços de casamento!

– O Portão do Portão de Saignon e a Torre do Hospital: Estes são os últimos vestígios das fortificações românicas. No século XVIII, pedras retiradas das ruínas da catedral paleocristã foram usadas para construir novas torres e reforçar as muralhas;

– A capela Sainte-Catherine, com a sua fachada do século XVII e a sua fonte, na Rue Scudéry;

– O antigo convento carmelita, tombado como monumento histórico desde 2011;

– O mercado dos agricultores todas as manhãs de terça-feira e o mercado provençal aos sábados;

– O plantio de lavanda! Só o Lagarde d’Apt é responsável por 20% da produção francesa de lavanda híbrida – se quiser ver flores de lavanda, visite de junho até o final de julho; a colheita e a destilação ocorrem de meados de julho até o final de agosto.

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