O casal José Maria, 77 anos, e Germaine, 56, sempre sonhou em conhecer a Europa e, por isso, contrataram os roteiros personalizados do blog para que tudo ocorresse como eles idealizavam em sua viagem pela Itália, França e Holanda. Leia abaixo o relato do Zé Maria sobre como foi conhecer a Europa na melhor idade. Quem sabe não serve de inspiração? 😉
Europa na melhor idade – nossa experiência
Viajar para a Europa sempre foi o sonho de consumo dos que desejam conhecer novos destinos, gente diferente, paisagens impactantes, culinária e muitos outros aspectos que caracterizam o Velho Mundo. Um dia, divagando, concluí que me era possível realizar a tal viagem. Diariamente visitava blogs e sites especializados, consultava custos de passagens, hotéis, restaurantes e refeições, entretenimento… Eu queria muito mais que um simples pacote. Queria viajar para aonde e quando quisesse no transporte e horários que fossem melhores pra mim.
Foi quando dei de cara com os consultores de turismo, nova modalidade de profissional da área que por terem viajado bastante, gostaram e se propõem ensinar os outros a gostar. Decidi contratar o Rogério Milani, do blog Viajando Bem.
As informações e orientações que recebi foram todas coletadas através de pesquisas que o blogueiro realizou e coube a mim apenas gerenciar os roteiros, reserva de hotéis, passagens e passeios sugeridos. Como preservei nossa liberdade de decidir, tudo foi mesclado com nosso toque pessoal, sem, contudo, bater de frente com a orientação dele. Foi simplesmente maravilhoso! Passagens aéreas, hotéis, trens, horários, museus e bate volta, tudo funcionou a contento.
Europa na melhor idade – As hospedagens
Veneza
Optamos por não ficar na ilha, onde os hotéis são realmente muito caros. Hospedamo-nos em Mestre, cidadezinha no continente ao lado de Veneza e o hotel escolhido foi o Tritone, um quatro estrelas excelente com ótimo custo/benefício. Localizado em frente a estação ferroviária, bastava atravessar a rua e apanhar o trem desembarcando em Veneza dez minutos depois. Ao desembarcar, em frente a própria estação, já encontramos vários quiosques e terminais que vendem passes para o transporte aquático que partem a todo momento dali mesmo, do pier da praça. Vaporetto, táxis aquáticos e gôndolas são os transportes usados por quem quer curtir Veneza.
Florença
Ficamos hospedados na área de Santa Maria Novella, onde se encontra o terminal ferroviário do mesmo nome e, da estação até o hotel, vai-se caminhando e puxando as malas, sem necessidade de pegar táxi. O hotel é o B&B Aramis, localizado na Via Nazionale 22, centro histórico de Florença. Em sua volta, encontramos diversos restaurantes, barzinhos e lanchonetes que servem o café da manhã por um preço bastante atrativo. O comércio no bairro é bastante diversificado e as instalações do hotel são simples porém amplas e confortáveis com banheiros privativos. Quartos grandes, limpos e bem cuidados.
Roma
Tínhamos reserva feita no Hotel Oasi que fica perto da estação e fomos caminhando, sem dificuldade, até o endereço indicado, Rua Príncipe Amedeo, 85. A proprietária, Dona Olga, é um amor de pessoa: sempre solícita, deixava todos à vontade como se estivéssemos em casa.
O hotel é uma propriedade pequena, porém muito bem cuidada com quartos confortáveis, roupa de cama cheirosa, armário para guardar roupas e um banheiro realmente pequeno, como se vê sempre pela Europa. Tinha algumas facilidades como ar condicionado, ferro de passar roupa e secador de cabelo. Dona Olga serve um café da manhã que satisfaz e procura estar sempre presente para melhor atender seus hóspedes – aquele toque “família”.
Ao contrário do que muitos comentam a respeito da insegurança no bairro Termini, onde também ficam os principais terminais ferroviário e rodoviário de Roma, nada nos pareceu ameaçador. Não nos sentimos incomodados ou ameaçados e circulamos à vontade pelos vários locais, visitando igrejas, praças e fontes, tudo num raio próximo ao nosso hotel.
A rua do nosso hotel, Príncipe Amedeo, é muito movimentada, pois ali se encontra muita oferta de serviços tais como agências de viagem, lavanderias, farmácias e muitos e diversos restaurantes das mais variadas especialidades. Era nossa praia. Ao sair do hotel, caminhando um pouco pela calçada, vê-se de um lado e outro da rua alguns desses locais. A culinária é variada, com pratos saborosos e bem elaborados e os preços não são exagerados. Acompanhado de um bom vinho come-se e bebe-se como um Príncipe Amedeo e paga-se como bom brasileiro. 🙂
Amsterdã
Nesta cidade, nos hospedamos no Qbic Hotel WTC Amsterdam a cerca de 15 quilômetros do aeroporto Schipol. Trata-se de um hotel com linhas futuristas e um conceito inovador na maneira de hospedar. Adoramos! Até o centro, na Praça Dan, se gasta dez minutos de metrô.
Paris
Em Paris, nos hospedamos no Hotel de Suede Saint Germain, um hotel charmoso localizado no coração de Paris, perto do Museu Rodin, do Museu d’Orsay e de Saint-Germain-des-Prés (bairro com cafés famosos). Os quartos do Hotel de Suede contam com ar condicionado, banheiro privativo, TV via satélite e mesa de trabalho.
As viagens de trem
Em nossa viagem pela Europa, o trem foi o transporte utilizado por excelência. Do ponto inicial da excursão, Veneza, atravessamos de trem toda a Itália e também utilizamos o transporte de Amsterdã a Paris. Ambas as viagens foram tranquilas e agradáveis. Se você quiser, pode comprar sua passagem antecipadamente.
De Florença até Roma, fomos caminhando até a Estação de Santa Maria Novella onde apanhamos nosso Trenitália e desembarcamos em Roma, cidade eterna, outro destino incrível que nos esperava!
De Amsterdã a Paris, embarcamos na Estação Central de Amsterdã em um trem da Thalys com destino a Paris, onde desembarcamos 3h20min depois na Gare Du Nord envoltos em um clima de grande expectativa. Foi uma viagem maravilhosa, contemplando lindas paisagens de verdes campos que se intercalavam entre cidades, vilas e povoados que se sucediam. Durante esse percurso, por algum tempo ficamos no carro-restaurante onde degustamos um bom vinho acompanhado de alguns petiscos.
Os voos
Devido a grande distância entre Itália a Holanda, optamos pelo avião para cobrir o trecho Roma a Amsterdã O blogueiro nos indicou a pesquisa de passagens aqui. Deixamos a Itália pegando um voo da Low Cost Vuelling para Amsterdã, onde pousamos no Aeroporto de Schipol e partimos direto para o hotel Qbic a cerca de 15 quilômetros. Confira aqui algumas dicas de como chegar e sair do aeroporto de Schimpol organizadas pelo blogueiro.
Seguro de viagem obrigatório
Não utilizamos o seguro viagem mas, como muita gente não sabe nada sobre a importância de contratar este importante serviço, é bom conferir este post sobre o seguro viagem, sua obrigatoriedade e dicas.
Ingressos antecipados
Compramos, ainda no Brasil, um programa de visita ao Vaticano, compreendendo o Museu do Vaticano e a Capela Sistina, a Basílica de São Pedro e outras dependências da cidade-estado. Valeu a pena. Foi realmente uma das excursões mais proveitosas pelo seu aspecto histórico cultural.
A empresa Trip Advisor disponibilizou um ônibus bem confortável com uma competente guia que transitava fluentemente pelo italiano, inglês, espanhol e passava para os interessados os mais importantes detalhes sobre o tesouro que acabávamos de descobrir. Foi exatamente bem pertinho do hotel que apanhamos o ônibus que nos levou para esse passeio.
Ingressos de atrações turísticas podem ser comprados diretamente no site de cada atração ou então todos em um único lugar e uma única compra.
Europa na melhor idade – O roteiro
Confira aqui um relato detalhado de nossa viagem! Espero que sirva de inspiração para quem quer conhecer a Europa na melhor idade. 🙂
Veneza – Filha das Águas
Foi em Veneza nossa primeira parada. Pegamos o vaporetto e saltamos na terceira parada adiante no ponto que dá acesso ao Mercado Rialto. Percorremos bancas de verduras e frutas, de venda de pescados e também de souvenirs.
Daí, prosseguimos caminhando entre ruas estreitas e vielas, atravessando pontes, subindo e descendo escadas, admirando as ricas vitrines do comércio, observando restaurantes que expõem em suas portas de entrada massas das mais variadas formas, cores e sabores bem como maravilhosos pratos de frutos do mar cuidadosamente preparados para deixar o transeunte de água na boca.
As quadras se sucedem separadas por canais onde se podem ver pequenos barcos ancorados na entrada dos prédios como se fossem carros estacionados nas calçadas que não existem.. Nesse trajeto atravessamos a ponte de Rialto, ícone da cidade de Veneza de onde tiramos as fotografias de praxe tendo como fundo os casarões que margeiam o canal e as gôndolas e embarcações de todos os matizes – ambulâncias, polícia, táxis, vaporetto, bombeiros e outros que transportam mercadorias para destinos diversos, desfilando disciplinadamente, observando mão e contramão por sobre uma alameda de água que nos deixam perplexos e atônitos. Dali não muito longe, ainda se refazendo das sensações experimentadas do alto da ponte de Rialto eis que de repente, surge a nossa frente majestosa e acolhedora a Praça de São Marcos.
Entrar na Praça de São Marcos nos envolve em uma sensação estranha e incomum. É como entrar no anfiteatro, palco armado, as cortinas se abrem as luzes da ribalta se acendem, os personagem desfilam e começa o espetáculo. Grande, muito grande a praça ladeada por restaurantes e bares que dispõem suas mesas e cadeiras de estilo em frente, secundadas por pequenos palcos de onde artistas de elite com seus violinos, pianos e harpas extraem de suas partituras acordes de melodias de Beethoven, Bach ou Mozart e outros gênios da música numa reverência aos visitantes que envoltos numa atmosfera lírica e eletrizante se transportam para os salões do Palácio do Doge e outros luxuosos recintos de priscas eras. Mergulhamos num conto de fadas.
A Basílica de São Marcos com rico acervo de peças e artefatos de sua história em seu museu , onde se destacam os cavalos de bronze trazidos de Constantinopla, constitui o que de mais representativo existe na arquitetura e na arte da cidade. O Campanário ao lado e, um pouco mais à frente, o ponto dos táxis aquáticos, onde chegam e partem turistas de toda parte, nos envolveu numa atmosfera cosmopolita.
Na volta para a estação Sta. Lúcia de Veneza para apanhar o trem de regresso a Mestre pegamos um táxi aquático e foi outra experiência maravilhosa deslizar pelos canais de Veneza, onde verificamos inclusive a existência de semáforos luminosos. É penoso deixar Veneza, mas temos que apanhar as malas no hotel e pegar o trem para Florença que já está quase partindo.
Florença – Capital da Toscana
Também conhecida como berço do renascimento, movimento artístico científico dos séculos XV e XVI, Florença é depositária do que há de mais expressivo na cultura e nas artes. Eu diria que ir a Itália e não visitar a Toscana é perder 50% da possibilidade de conhecer o passado no que de mais valioso tem em sua arte e expressões culturais. Por ser uma cidade de porte médio, Florença pode ser explorada em todo o seu centro histórico andando-se a pé.
Iniciamos o nosso passeio por Florença chegando à Praça de Santa Maria Del Fiore, onde se encontra o Duomo ou Catedral de Florença e tivemos então nosso primeiro contato com o passado visitando esta bela Basílica depois de enfrentar longas filas para também conhecer o Batistério e o Campanário que ficam ao lado a lado.
A poucos passos desse local, caminhando para o sul chegamos na Piazza Della Signoria, um verdadeiro Museu a Céu Aberto. Não tem como conter a emoção. Respiramos fundo e passamos a contemplar, arrebatados a beleza do local. É arte para todos os lados e para todos os níveis de conhecimento. Em cada canto uma escultura, a cada passo uma estátua.
Três obras se destacam pela sua perfeição artística e pelos personagens que representam , as estátuas de David, Netuno e Hércules. Muitas outras, não menos importantes, enriquecem o cenário em volta. A Piazza Della Signoria também abriga o Palácio Vecchio. É considerada a mais bela e mais procurada pelos turistas pelo grande acervo que ela guarda. Também existem, ao redor da praça, diversos bares e restaurantes onde degustamos um bom vinho italiano e saborearmos alguns pratos da culinária local – não esquecendo da famosa bisteca Fiorentina.
Depois disso, atravessamos o Rio Arno, visitamos algumas lojas e, já ao anoitecer, pegamos um ônibus de volta para o hotel que nos deixou algumas quadras antes dele. Caminhando, paramos em um barzinho perto do hotel e encerramos nosso dia tomando uma bira acompanhada de uma suculenta bruschetta.
Siena e San Gimignano
Compramos uma excursão de bate-e-volta para Pisa passando por San Gimignano e Siena. Foi gratificante conhecer melhor a Toscana visitando seu lindo interior. Saímos de Florença pela manhã cedo e fomos direto a Siena, cidade medieval que dista de Florença cerca de 70 quilômetros.
Siena não pode deixar de constar de um roteiro cultural para os que amam as artes e pretendem conhecer a história. É fascinante chegar lá, descer do ônibus em determinado lugar (nas cidades da Toscana não é permitido o trânsito de veículos no centro histórico) e seguir por ruas estreitas com pisos de ladrilhos ou pedras bem trabalhadas, contemplar de um lado e outro construções legendárias e, de repente, desembocar em um grande largo circundado por majestosas construções erguidas há séculos, com suas torres e fachadas que encantam e seduzem os visitantes absortos com a agradável surpresa – é a Piazza Del Campo, local da cidade que serve de palco para todos os grandes acontecimentos.
Na praça também existem vários e bons restaurantes onde fizemos uma pausa para refazer as energias abaladas com as subidas e descidas no percurso que nos trouxe até ali. Depois, seguimos viagem até San Gimignano, onde visitamos uma grande vinícola. Andamos bastante entre construções medievais da cidade mas, como o tempo era limitado, seguimos para Pisa, onde passamos o restante da tarde tirando fotografias. Pisa é uma pequena e bela cidade que concentra seu centro turístico em redor da célebre torre inclinada.
A Basílica da cidade, o Batistério e o Campo Santo, ao lado da Torre, compõem um belo conjunto arquitetônico assentado em um grande largo de gramado sempre verde e bem cuidado. Foi um passeio de poucas horas, mas que valeu a pena fazer. Já era tarde e apanhamos o ônibus de volta para Florença na busca de nosso merecido repouso.
Roma em nosso caminho…
Saímos do hotel e caminhamos até a Estação de Santa Maria Novella onde pegamos nosso Trenitália e desembarcamos em Roma, cidade eterna, por volta das 12h. No dia seguinte, fizemos um City Tour, desta vez em ônibus panorâmico. Havia um roteiro pré-estabelecido que passava pelo Coliseu, Fórum Romano, Paladino e outros locais históricos da velha Roma.
A visita ao Coliseu foi realmente impactante. O lugar é cheio de surpresas para aqueles que enfrentam o desafio de conhecê-lo ao vivo e em cores. A grandiosidade de suas formas, a funcionalidade nos fins para os quais foi concebido, a inacessibilidade aos promotores dos eventos ali acontecidos tornando-os imunes a qualquer risco; os custos imagináveis de toda natureza e o tempo necessário para sua construção, tudo isso são lampejos de raciocínio que nos vêm à mente a cada passo, a cada instante. Sente-se vontade de permanecer ali por muito mais tempo na tentativa de decifrar os enigmas escondidos naqueles blocos de granito superpostos sabe Deus como.
O Fórum Romano é outra grandiosidade que os romanos nos legaram. Muitas construções em ruínas, algumas em processo de restauração, suas subidas e descidas íngremes que nos exarem as forças, mas refrescam nosso espírito e nos encorajam a prosseguir na nossa busca pelo tesouro. Mas o tempo passa e de repente somos chamados para pegar nosso ônibus que nos espera no ponto logo adiante. Embarcamos para, pouco adiante, abandonarmos o transporte e seguirmos caminhando pelo centro histórico descobrindo suntuosas igrejas, belas fontes, colossais monumentos dentre esses o Panteão e a Fontana de Trevi bem como outras não menos importantes.
Foi uma tarde rica de descobertas num trajeto repleto de surpresas agradáveis que nos deixou verdadeiramente realizados. Voltamos para o hotel onde, após um restaurador banho, descemos para os rituais gastronômicos após os quais podemos dizer, com o coração enternecido – arrivederci Roma!
Amsterdã à vista
Outro país, outras paisagens, outros modos de vida, outra cultura, outra realidade. Antes mesmo de chegar lá, já havíamos nos envolvido no seu astral. Embora estivéssemos no início da primavera a temperatura girava em torno dos oito a dez graus centígrados, às vezes baixando um pouco mais. Não chegava a nos incomodar, pois o vinho já se incorporara aos nossos novos hábitos. Nessas paragens, também, o que não faltam são os barzinhos com as mesas do lado de fora onde você senta, bebe, belisca e ver a vida passar.
Nas margens dos belos canais é sempre uma boa degustar um bom tinto acompanhado de um cheddar, camember ou emental. Embora nosso tempo em Amsterdã tenha sido escasso, conseguimos administrá-lo e tirar o máximo de nossa estada por lá. Na praça dos museus, visitamos o Van Gogh e tiramos as célebres fotografias em frente ao lago repleto de tulipas tendo como fundo o famoso Rijkmuseum.
A beleza de Amsterdã se manifesta por todos os lados. Sua arquitetura é de uma simetria disciplinada que nos passa uma sensação de estarmos diante da maquete de uma cidade de brinquedo. Largas avenidas asseguram o fluxo de um transporte público que conta com ônibus, tram, VLTs e um sistema de metrô que permite a cidade respirar. As bicicletas formam um capítulo à parte. Elas estão por toda parte, andando ou em estacionamentos gigantes, automatizados, onde se pode obtê-las através de aluguel, usá-las e deixá-las em outros lugares, obedecendo a um programa que muito bem funciona, facilitando assim o deslocamento das pessoas.
A noite é de liberação em seus pubs, boates e cafés no o célebre bairro da Luz Vermelha onde de tudo rola. Nada que possa substituir o bom senso e o pudor atávico das pessoas. Caminhamos, caminhamos e encerramos nosso passeio entrando em uma churrascaria argentina no bairro do Jordan, onde pedimos um bom bife de tira e uma picanha maturada. Missão cumprida: apanhamos o metrô de volta para o hotel nos recolhendo para de manhã cedo, após o café, seguirmos para Paris.
Paris, um grande sonho
Uma Paris cantada e decantada por gênios do pensamento iluminista; a França de Luiz XIV, o Rei Sol; França de Maria Antonieta, de Napoleão, de Victor Hugo, de Balzac, de Pasteur, de Kardek, de De Gaulle; a França dos monumentos vitrines como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, Notre Dame, do Louvre ou do cabaré Moulin Rouge; uma França também de Edith Piaf, Charlles Aznavour e Brigitte Bardot. Essa é a França que estávamos esperando.
A chegada é sempre cercada de expectativa. Após o almoço, sem perda de tempo, nos dirigimos à mais próxima estação do metrô e desembarcamos em uma praça ao lado do Sena, de onde podemos acompanhar a movimentação febril de pessoas que ao lado de estátuas ou do parapeito da ponte pousavam para fotografias. Depois de uma boa caminhada até o início da Champs Elisée, cruzando com pessoas que, como nós, se mostravam absorvidos pela beleza circundante, demos alguns passos a mais e novamente pegamos o metrô para desembarcar em frente ao Louvre.
Foi apenas uma passagem para algumas fotografias externas, uma rápida entrada na pirâmide e logo saímos, atravessamos a rua e caminhamos margeando o Sena passando pela Ponte Des Arts, a dos cadeados, chegando até a Igreja de Notre Dame onde, após as fotos de praxe, entramos na Igreja onde se realizava um ofício religioso.
A noite já havia chegado quando passamos pela livraria de Shakespeare. Pouco adiante encontramos, entre muitos que ali funcionam, um restaurante que nos agradou e acompanhado de um bom vinho saboreamos mais uma especialidade da culinária francesa porque ninguém é de ferro. Foi um dia corrido, de Amsterdã a St. Michel Notre Dame.
No dia seguinte, logo após o café da manhã, fomos a Versalhes. Apanhamos o metrô numa estação próxima, São Francisco Xavier e mais adiante passamos para o trem que nos levou até o reino de Maria Antonieta. Logo chegamos à estação de Versalhes. Descemos, compramos em um posto ao lado as entradas e seguimos para o Palácio.
Tudo é grandioso, inclusive as filas. Fila “A”, “B”, “C”, etc. Enfrentamos a nossa e pouco depois estávamos na entrada para os Jardins de Versalhes. É grande, muito grande e para percorrê-lo apanhamos um trenzinho que passa por algumas estações como O Grande Trianon, O Pequeno Trianon, alamedas e bosques até chegar ao Grande Canal, onde descemos e ficamos para melhor contemplar a beleza daquela natureza tão bem cuidada. Como era domingo, o local estava repleto de turistas vindos de todas as partes e que se misturam aos nativos que aproveitam o dia para passear com suas famílias, muitas fazendo piquenique ou se servindo em diversos fast-food que garantem o domingo dos que não levam suas guloseimas. Também existe ali um grande restaurante “La Petite Venise” que serve finos pratos. Crianças correm pelo gramado verde enquanto casais de namorados pedalam barquinhos no grande lago.
Do Grande Canal, olhando-se para cima vê-se majestoso o Palácio dominando toda a morada dos reis. De lá se pode contemplar toda essa grandiosidade da natureza esculpida pelas mãos dos homens movidos pelos sonhos de grandeza daquela dinastia. Por onde se passa está presente o poder na riqueza ostentada nas mais diferentes manifestações. Ao caminharmos em direção ao Palácio pela grande alameda, de um lado e do outro vamos contemplando primorosas esculturas lavradas em rico mármore das mais diferentes formas.
Passamos pela fonte dos corcéis que vencem as águas de um lago até chegando já perto do Palácio, no topo da subida encontrar a Grande Fonte que fica bem atrás do Palácio em frente a um espelho de águas com bonitas esculturas. Esses foram os jardins que podemos conhecer do Palácio de Versalhes. O que falamos aqui não significa de maneira alguma que conhecemos os jardins em toda sua amplitude. Longe de nós a pretensão de querer em meio dia conhecer os jardins de Versalhes.
Ao subir pela alameda que nos trás do Grande Canal até o Palácio, procuramos então conhecer o seu interior.
Há pessoas que conhecem Versalhes a partir dos aposentos para depois se perder pelos jardins. Nós fizemos o contrário e achamos que foi bem mais interessante. Enfrentamos nova fila, desta vez bem menor, para entrar no Palácio por uma determinada ala. Nesse momento é quando nossos sentidos se confundem com tanta beleza, tanto luxo, tanta riqueza. Esculturas, tapeçaria, afrescos e pinturas as mais estonteantes desfilam diante de nossos olhos num caleidoscópio de cores e brilhos que reluzem de todos os cantos e de todos os lados. Os personagens representados naquelas pinturas é como que estivessem ali incorporados, vivos, a querer saltar e se misturar à multidão que os contempla e admira. O grande salão com uma abóboda sustentada por arcos que repousam em ricas colunas de mármore trabalhadas por finos artesãos, emolduram finos lustres de cristais que ofuscam nossa visão.
Aqui está a síntese de toda a ostentação da riqueza que brotava e fluía do Reino de França a subjugar o mundo sob os caprichos do Rei Sol e da rainha Maria Antonieta. É como se aqui, agora, estivéssemos vivendo um conto de fadas em uma alegoria que se exaure na arte de gênios que ajudaram a criar essa realidade ficção que entorpece nossos sentidos e nos arrebata em um estado de êxtase profundo. Mas é preciso acordar e pegar o trem de volta a Paris, talvez ouvindo na viagem o músico da vinda tocando Pigalle. Encerramos nosso dia na Praça da Bastilha e após saboroso jantar nos despedimos de Carol que seguiu para casa e nós para o Hotel.
O terceiro dia em Paris foi com passeios pela Torre Eiffel, Arco do Triunfo e fizemos algumas compras. À noite, saímos para flanar pelos lados de de Saint Michel Notre Dame. Escolhemos um restaurante simpático onde marcamos nossa despedida de Paris ao sabor de seu bom vinho acompanhando pratos deliciosos.
José Maria e Germaine
Luis Correia/Piauí
Data da viagem: abril 2015
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