Chegamos ao final da nosso roteiro pela Provença – confira como foi nossa viagem por Roussilon, com dicas de passeios imperdíveis!
Viagem por Roussilon – curtindo nosso último dia de viagem pela Provença
Hoje chega ao fim nossa série de posts sobre a Provença – depois de dias fantásticos em Cucuron, Pertuis, Lourmarin, Lauris, Ansouis, Aix-en-Provence, Apt, Bonnieux, Saint-Rémy, Arles e Gordes, viemos até Roussilon, a cidade ocre que tem longa tradição de extração deste pigmento, que enfeita a maioria das construções desta aldeia histórica.
Ao contrário das aldeias das colinas vizinhas, há poucos detalhes arquitetônicos históricos aqui; o prazer de uma visita a Roussilon está nas cores ricamente variadas que mudam com a luz do dia e nas vistas panorâmicas de paisagem contrastante em que a vegetação densa e sombreada desencadeia em cânions vermelhos e laranjas que impressionam. Em Roussilon, você vai encontrar pequenas praças agradáveis (chamadas de “placettes”) e uma torre renascentista coroada com um relógio do século 19. Mas a grande atração são as paisagens de falésias ocre que dão o tom da cidadela e também seu casario tingido com vários tons que variam de vermelho até laranja – dependendo também do nível de luz que o sol joga sobre elas.
Na borda oeste do Vale do Luberon, Roussillon fica em uma colina a 10 km de Gordes e é uma das mais belas aldeias de França segundo a classificação do Ministério do Turismo do país. A súbita explosão de cores brilhantes na paisagem – desencadeada por florestas verdes de pinheiros e carvalhos – é uma surpresa incrível mesmo quando você estiver apenas passando de carro por essa área. Toda essa cor é resultado dos cânions de óxido de ferro no solo arenoso, cujas origens remontam a milhões de anos.
Ainda não se sabe exatamente quais foram as mudanças geológicas causadoras do surgimento desses pigmentos precisamente aqui e não em outros lugares da região. O site do Escritório de Turismo de Roussillon dá um pouco mais de detalhes científicos e também sugere uma explicação alternativa – uma lenda envolvendo um trovador, uma freira e um caso de amor impossível!
O que de fato sabe-se é que foi um cidadão de Roussillon, Jean-Étienne Astier, que estudou as propriedades do ocre e começou a extraí-lo da areia em escala industrial no final do século XVIII. Embora a mineração tenha parado de acontecer há muito tempo na região (exceto nas proximidades de Gargas), o ocre tornou-se o centro da próspera indústria turística de Roussillon. Hoje, essa é a segunda aldeia mais popular no Luberon depois de Gordes, seduzindo visitantes com suas cores incríveis.
A Place de la Mairie ou a Praça da Prefeitura é o principal centro de atividades, juntamente com a Place du Pasquier nas manhãs de quinta-feira, quando há uma feira semanal e o tráfego fica ainda mais congestionado do que o habitual. O Posto de Turismo de Roussillon fica pertinho, na Place de la Poste. Para quem adora compras, a parte de baixo da cidade é cheia de charmosos cafés e lojas que vendem cerâmica, arte, pigmentos e souvenirs para todos os gostos.
Como na maioria das aldeias da Provença, a parte antiga fica na parte de cima da cidade. Ali, você vai se encantar com algumas vielas e cantos muito bonitos e fotogênicos para explorar, a tradicional igreja provençal e campanário e casas dos séculos XVII e XVIII pintadas em todos os tons ocres locais, do ouro suave ao vermelho vivo. Caminhe até o mirante no topo da vila para ter uma vista panorâmica do campo em direção ao Mont Ventoux e tirar fotos incríveis!
Como várias aldeias da Provença, Roussillon também teve alguns moradores ilustres – a beleza da região era um verdadeiro ímã para artistas de diversas áreas. O escritor e dramaturgo irlandês Samuel Beckett morou em Roussilon durante a Segunda Guerra Mundial, quando fugiu de Paris – onde lutou na Resistência Francesa – para se esconder. Em Roussilon, era preciso despistar os perseguidores da Resistência, então ele trabalhou em uma fazenda e vinhedo. Nas horas vagas, ainda arrumou tempo e disposição para escrever um romance, “Watt”. Alguns anos mais tarde, Beckett se referiu a Roussillon e o Vaucluse com carinho em sua peça mais famosa, “Esperando Godot”, que foi adaptada em diversas línguas e até hoje é um dos maiores clássicos da dramaturgia mundial.
O antropólogo americano Laurence Wylie, uma destacada autoridade no meio dos estudos sobre a França e os franceses, também viveu em Roussillon no início dos anos 1950. Lá, ele publicou um retrato da vida rural na vila em 1957, ilustrado com suas próprias fotografias. O livro, “Village in the Vaucluse”, permanece impresso hoje e é considerado um clássico.
Conservatoire des Ochres
Se quiser visitar, perto de Roussilon há um Conservatório dos Ocres e Pigmentos que oferece visitas guiadas ao antigo centro de trabalho e cursos de verão – saiba mais no site da atração! Rustrel, onde fica uma antiga mina de exploração de ocre e que hoje é conhecida como “Colorado Provençal” devido à forma que a ação da exploração humana imprimiu na paisagem, fica a poucos quilômetros de distância, e pode ser vista do alto do vilarejo.
Outro ótimo local para visitar são as minas ocres de Bruoux, nas proximidades de Gargas, a apenas 7 km ao leste de Roussillon. Mas a atração principal e mais visitada em Roussillon é a Sentier des Ocres, ou Ochre Trail, uma trilha curta e fácil através de uma antiga pedreira ocre e dos bosques circundantes. A rota, que começa perto do centro da vila, é indicada por sinais de trilha (fique atento, eles são pequeninos). Dois circuitos escolhidos por marcadores coloridos são propostos: um mais curto, amarelo, que leva 35 minutos e um vermelho, mais longo, de 50 minutos. Ambos podem ser confortavelmente concluídos pela maioria dos caminhantes.
Em intervalos ao longo do caminho, paineis em francês e inglês fornecem algumas informações básicas sobre a história da produção do ocre, bem como sobre geologia, flora e fauna locais. O solo arenoso de Roussillon é ácido, ao contrário do calcário alcalino na maior parte da Provença, e por isso sua vegetação é bastante distinta. Você verá carvalhos verdes e brancos, castanheiros, pinheiros e possivelmente também orquídeas selvagens pelo caminho. Fique de olho também para os animais (texugos, raposas e veados foram vistos na trilha).
Dito isto, o Sentier des Ochres atrai mais de mil visitantes por dia na estação principal, por isso, a dica principal é: chegue cedo – ou no final de tarde – para evitar as multidões e o calor intenso.
Confira mais fotos do nosso dia em Roussilon:
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