Confira como foi nosso roteiro por San Gimignano, a aldeia medieval mais visitada da Toscana que é super bem preservada!

Roteiro por San Gimignano – um dia na vila medieval montanhosa da Toscana

Em nossa viagem de carro para desvendar a Toscana, já estivemos em Pienza,  cidade-base onde nos hospedamos para curtir e conhecer as aldeias medievais Montepulciano, Bagno Vignoni, Monticchiello e Montalcino – confira os posts sobre estes passeios nos links! Agora, é hora de conhecer um destino que os clientes dos meus roteiros personalizados simplesmente adoram: San Gimignano, uma cidade murada que tem 14 torres belíssimas que, vistas de longe, parecem até uma Manhattan medieval!

Originalmente uma vila etrusca, a cidadela foi nomeada em homenagem ao bispo de Modena, San Gimignano, que é dito como o salvador de Átila, o Huno. Tornou-se uma comuna (governo local) em 1199, prosperando em parte devido à sua localização estratégica na Via Francigena. Construir uma torre mais alta que a de seus vizinhos (originalmente, San Gimignano tinha 72 torres!) tornou-se um meio popular de exibir o poder e riqueza das famílias proeminentes da lá! Porém em 1348, a peste extinguiu grande parte da população e enfraqueceu a economia local, levando à submissão da cidade a Florença em 1353.

Todavia, isso não impediu a fama mundial de San Gimignano, que é simplesmente o epítome de uma cidade montanhosa da Toscana! Localizada a cerca de 40 quilômetros de Florença e Siena, não é exagero dizer que é a aldeia medieval mais visitada da região. Visualmente impressionante e perfeitamente preservada, recebe toda a atenção dos turistas, que chegam aos milhares em seus ônibus de turismo. Mas, apesar de você ter a  sensação desta ser uma “armadilha para turistas”, San Gimignano ainda vale a pena entrar no seu itinerário italiano e vou contar o porquê!

Como já mencionamos antes, San Gimignano sempre foi muito famosa por causa de seu horizonte de torres medievais. Embora hoje as torres sejam uma visão única aos visitantes que até lá chegam, elas eram muitas na Toscana na Idade Média, quando as famílias nobres disputavam as cidades montanhosas da região. Cada família rica tinha seu próprio exército particular que periodicamente combateria quem tentasse tomar suas respectivas torres familiares. Enquanto algumas foram construídas como refúgio contra inimigos, outras eram estruturas vazias, parecidas com chaminés, construídas apenas para impulsionar os egos de seus donos.

No século 14, San Gimignano caiu sob o controle de Florença e as consequências não tardaram: os nobres de Florença afirmavam seu poder sobre os nobres locais ordenando-lhes que derrubassem suas torres. Mas por alguma razão, alguns dos símbolos originais de San Gimignano foram autorizados a permanecer intactos. Hoje, apenas 14 de suas 72 torres originais ainda estão de pé.

Um passeio pelo centro de San Gimignano, nas sombras de suas torres sobreviventes, é uma delícia. Como a cidade ficava a cerca de um dia de caminhada até Siena ou Florença, na Idade Média, era uma boa parada para os peregrinos a caminho dessas cidades para Roma. Perto do portão principal, você ainda pode ver os restos de um abrigo de peregrinos do século XII.

No centro da cidade fica a Piazza della Cisterna, assim nomeada devido ao antigo poço que fica bem no centro desta praça. Ali, você vai encontrar muitos turistas, fachadas rústicas e alguns restaurantes onde poderá experimentar a rica culinária local. Aproveite para sentar por ali e imagine esta praça em tempos de peregrinação, ladeada por estalagens e tavernas para os hóspedes da cidade, com criadas e crianças buscando água no poço… Este é um lugar incrível, que parece ter parado no tempo! A praça ainda abriga um arco, o famoso Arco dei Becci, um dos mais antigos portais da muralha de defesa da cidade. Aproveite para vê-lo de perto e viva esta experiência única em meio a uma relíquia de épocas passadas da história italiana.

Na Piazza del Duomo fica a catedral românica da cidade. A arte gótica de Siena, do século XIV, alinha a nave com temas paralelos – a saber: Antigo Testamento à esquerda e Novo Testamento à direita. Arquitetonicamente, este uso “didático” de arte sacra era muito usado na Itália para ensinar as crianças sobre religião. Observe os vitrais com cuidado: muitas cenas cotidianas do século XIV são retratadas para ajudar as pessoas da cidade a se relacionarem com Jesus.

À esquerda da praça onde fica o templo católico se encontra o Palazzo Podesta, conhecido também como “Palácio do Povo”, sede da prefeitura e do Museo Civico, rico em obras de arte compiladas a partir do século 14.

Perto desta praça você encontra um par de torres que ficaram lado a lado por mais de 700 anos. Essas torres irmãs são cascas vazias, construídas pela família Salvucci simplesmente para exibir seu poder e prestígio. Na época em que foram construídas, ninguém era autorizado a ter uma torre mais alta do que a velha Câmara Municipal, que tinha 60 metros de altura. Assim, os Salvuccis construíram duas torres de 40 metros de altura cada uma. Guias locais afirmam que Minoru Yamasaki, o arquiteto do World Trade Center de Nova York, se inspirou em essas torres gêmeas para criar o monumento em New York City.

Se você quiser conhecer uma das 14 torres restantes, pode subir na mais alta da cidade, a da Prefeitura, que tem 60 metros. Uma visita aqui também inclui o acesso a um pequeno museu com afrescos festivos que dão uma ideia de como as pessoas se vestiam, viviam, trabalhavam e guerreavam no século XIV. Mas um aviso: subir na torre requer algum fôlego e preparo físico pois as escadas são estreitas. Mas a vista compensa! O preço para subir lá é €5 (e inclui a entrada para o já mencionado Museu Civico).

Outra boa dica de passeio por lá é explorar La Rocca di Montestaffoli. Para chegar lá, você precisa subir a colina da Piazza delle Erbe. Chegando lá, você encontrará as ruínas da fortaleza do século 14 acima da cidade. Belos olivais fornecer um pouco de sombra do sol e um ótimo lugar para desfrutar de um sanduíche de salame ou pastrami, beber um vinho branco Vernaccia (o mais famoso da cidade) e apreciar a vista das colinas da Toscana e as torres do centro da cidade. No verão, há um cinema ao ar livre e você pode aprender mais sobre os vinhos brancos mais conhecidos da Toscana no Museo del Vino (Museu do Vinho). A entrada ao museu é gratuita e ele está aberto de outubro a abril – há uma pequena taxa para quem quiser fazer a degustação dos vinhos.

Outra indicação simples e eficaz é: aproveite o comércio! Pequenas lojas, armazéns, cafés e bistrôs ficam nas charmosas paredes de pedra alinham as vielas de San Gimignano. Ali, você encontrará comidas especiais, vinhos, couro e lojas de cerâmica.

O melhor sorvete do mundo

Localizada na central Piazza della Cisterna, em San Gimignano, a Gelateria Dondoli é conhecida em todo o mundo e visitada por um grande número de celebridades.
A sorveteria é mencionada nos guias mundiais de turismo mais importantes e é constantemente visitada por programas de televisão nacionais e internacionais. Ali, você encontrará um gelato incrível de sabores originais e incomuns como a Crema di Santa Fina (creme com açafrão e pinhão), Champelmo (grapefruit rosa e vinho espumante), Dolceamaro (creme com ervas aromáticas) e Vernaccia Sorbet (o gelato de vinho branco).

Feira Medieval

Para quem viajar para lá no verão europeu, temos outra ótima dica: a Ferie delle Messi acontece todos os anos em San Gimignano e representa uma celebração da época medieval que é organizada em todo o centro histórico de San Gimigniano. O evento sempre acontece em junho e é promovido pela associação “Knights of St. Fina” desde 1993 com o objetivo de celebrar a tradição “cavalheiresca” em homenagem aos cavaleiros de San Gimignano que participaram da famosa Batalha de Montaperti (1260) na Toscana. O evento tem duração de quatro dias – saiba mais no site oficial de turismo da cidade.

Foto: Discover Tuscany

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