Planejando sua viagem para a Itália? Esse post é pra você – confira as melhores indicações para decidir o que fazer em Bolonha, uma cidade rica em história, cultura e gastronomia italiana!

O que fazer em Bolonha – dicas de passeios imperdíveis

Localizada no coração de Emilia Romagna, Bolonha é uma mistura inebriante de cultura, história, arquitetura e, claro, comida! É a sua reputação de capital gastronônica que lhe dá a fama mundial, reforçada pelo seu compromisso e tradições em criar comida autêntica ditada por regulamentos, restaurantes e também a cultura da comida de rua. No post de ontem, indicamos lugares fantásticos onde comer em Bolonha e também uma super dica de onde ficar hospedado na cidade – hoje é hora de explorarmos o que fazer em Bolonha!

Antes de qualquer coisa específica, preciso dizer que Bolonha é uma cidade para caminhar! A melhor coisa que você pode fazer no centro da Cidade Velha é colocar seu par de tênis mais confortável ​​e atravessar as ruas e vielas estreitas curtindo a cidade como quem mora aqui faz. Aliás, é muito difícil se perder em Bolonha porque as duas torres que marcam o centro da cidade podem ser vistas de quase todos os lugares.

Curtimos muito o Pallazo del Archiginnasio, um local criado para unir todas as escolas da Universidade de Bolonha projetado pelo arquiteto Antonio Morande em 1562. Com um longo pórtico e 30 arcos no exterior, a construção impressiona e, hoje, é palco de grandes eventos culturais que acontecem em Bolonha nas estações mais quentes do ano. Para quem gosta de história, esse local é um prato cheio! Aqui, você também encontrará uma das mais antigas bibliotecas do mundo que reúne um dos mais incríveis acervos de todo o mundo. As paredes e tetos estão decoradas com pinturas, monumentos memoriais e brasões e não é preciso pagar entrada para visitar – paga-se apenas 3€ para visitar o teatro Anatômico e a sala Stabat Mater, dois lugares belíssimos.

Do lado da Piazza Maggiore fica o imponente edifício da Biblioteca Salaborsa. Anteriormente, esse local abrigava o “centro nervoso” da economia da cidade. Hoje, o belo prédio abriga uma biblioteca incrível. Entre pelas portas da frente e olhe para cima: você será recebido por um dos tetos e arcos art nouveau mais surpreendentes que já vi na minha vida de viajante!

A outra surpresa neste edifício está sob os tijolos de vidro no chão – ali, é possível ver os restos arqueológicos da cidade. Quem quiser, ainda pode folhear algum livro do enorme acervo ou também degustar um espresso na cafeteria ao lado.

Também adoramos o Mercato di Mezzo, um dos lugares históricos mais representativos da cultura gastronômica bolonhesa, que fica a poucos passos da Piazza Maggiore! Desde a Idade Média, este tem sido “o lugar” de sabores e reuniões, comércio e tradições gastronômicas de Bolonha. Após a unificação da Itália, foi transformado no primeiro mercado interno da cidade e, em 2014, foi recuperado e totalmente renovado, após muitos anos de abandono e negligência.

Hoje, você encontra ali uma enorme construção de três andares onde você pode comprar ingredientes ou comer no local excelentes produtos alimentícios e ainda degustar pratos típicos da culinária italiana. No térreo, você encontra mesas de vários tamanhos, para refeições a dois ou em grandes grupos, e pequenas barracas localizadas nos cantos laterais como era no século 19 que vendem carne, peixe, salsichas, queijo, frutas, pão, macarrão, sorvete, pasteis e vinho. No primeiro andar, há uma pizzaria tradicional e, no subsolo, um pub de cerveja artesanal, onde você pode  provar cervejas únicas. Na Clavature Street, perto da Igreja Santa Maria Della Vita, o mercado também oferece mesas pequenas e mesas ao ar livre. O Mercato di Mezzo está aberto sete dias por semana, das 8h30 às 24h, e frequentemente tem provas de degustação e oficinas sobre cultura alimentar – confira a programação na fanpage da atração.

Outros programas que amamos: caminhar pela via dell’Indipendenza, a muvuca da Piazza Maggiore (sempre com muita gente, música, agito, crianças brincando até à noite). E, para quem vai para lá no sábado e domingo, a perspectiva é outra pois todas as ruas do centro histórico são fechadas para carro e a cidade fica incrível e cheia! É muito legal ver uma cidade histórica com tanta vida, tanto movimento, cultura e gastronomia, tudo num lugar só!

Como os museus, há também muitas basílicas incríveis para visitar, muitas delas localizadas no centro da cidade. A Basílica de São Petrônio é a principal igreja de Bolonha e fica na Piazza Maggiore. Dentro dela, você encontrará uma pintura que causou um grande drama do ponto de vista religioso. O afresco histórico fica em uma das 22 capelas da Basílica, a Capela IV. A pintura chama-se “Céu e Inferno” e é inspirada na obra de Dante Alighieri. A obra de arte é considerada blasfêmia porque o artista resolveu pintar Maomé sendo torturando no inferno. Os muçulmanos radicais detestaram essa referência e tentaram explodir a Basílica em um atentato – ainda bem que sem sucesso. Depois do atentatos, como precaução contra ataques futuros, a igreja é guardada por membros das forças armadas em todos os momentos.

A basílica também é conhecida por duas outras razões. Em primeiro lugar, ainda está incompleta. Do lado de fora isto é óbvio: você avista a metade inferior em mármore e a parte superior, ainda só em alvenaria. Por isso, dizem que a igreja tornou-se uma peça-chave da disputa entre a igreja e a cidade de Bolonha. Explico: a cidade queria construir uma igreja maior que a Basílica de São Pedro em Roma, mas o Papa da época não concordou. Em resposta, eles investiram muitos fundos financeiros na universidade, permitindo que ela se expandisse e também de forma a impedir o crescimento da igreja. Eventualmente, após todo o tempo perdido e brigas, o dinheiro parou de ser investido e a igreja nunca foi concluída – ou seja, Bolonha saiu perdendo…

Não cometa o erro de apenas passear e contornar a Piazza Maggiore. Enquanto a praça em si é sempre cheia de vida, até tarde da noite, também há muitas joias escondidas. Em frente ao San Petronio Basilico fica o Palazzo del Podestá. O edifício remonta há séculos atrás e sua entrada fica à direita do Escritório de Turismo de Bolonha. Há muito tempo os mercados operavam aqui também!

As paredes aqui têm algumas características acústicas mágicas e os guias turísticos contam que era ali que os leprosos, que viviam à margem da sociedade em tempos antigos, confessavam seus pecados aos padres da cidade, que ficavam no outro extremo dos muros. Com a perpetuação da fama da acústica destas paredes, o hábito espalhou-se por todos os cidadãos de Bolonha, inclusive os de alto escalão, que também viriam aqui para compartilhar informações confidenciais. Como isso é possível? Eu não sei responder isso cientificamente, mas se você for para um canto e tiver alguém para um canto na diagonal oposta e sussurrar algo na parede, a pessoa do outro lado ouvirá. É incrível!

Outro passeio inesquecível é subir a Torre Asinelli para olhar para baixo e ver Bolonha sob outra perspectiva. A altíssima torre proporciona uma das melhores vistas sobre os telhados de Bolonha. O curioso é que as Torres Garisenda e Asinelli já fizeram parte de 100 torres que pontuavam o horizonte de Bolonha. Séculos depois de terem sido construídas, arruinadas, queimadas e deixadas a desmoronar, apenas cerca de 20 permanecem em pé.

A Torre Asinelli foi construída no início dos anos 1100. Com mais de 97 metros de altura, é fácil identificá-la a partir de muitos locais dentro da cidade e também de pontos de observação nas colinas que cercam Bolonha. No interior, 498 degraus de madeira às vezes estreitos o levarão ao topo. A Torre Garisenda, adjacente a ela, é muito menor. As duas são conhecidas como “As Torres Gêmeas” de Bolonha, mas a Torre Asinelli é a única em que os turistas podem subir. Os ingressos podem ser comprados no Bologna Welcome Tourism Office, localizado na Piazza Maggiore.

Um outro passeio bacana pra fazer em Bolonha é um pouco mais afastado da cidade – mas, na minha opinião, vale muito a pena ser feito! E, se você não quiser caminhar 4 km (subindo a montanha) pelo pórtico até o Santuário da Madonna di San Luca, pode pegar o ônibus San Luca Express, que sai da Estação Central todos os dias. Ao chegar lá você vai entender porque estou indicando esse passeio: o santuário por si só, mesmo visto à certa distância, impressiona pela suntuosidade e pela cor rosa salmão que se destaca na paisagem.

Outro passeio legal que fizemos foi a Fundação Golinelli, um bom programa para quem se interessa por arquitetura! Fomos caminhando para conhecer outra parte de Bolonha, uma experiência bem interessante por si só. A Fundação é um projeto moderno, inaugurado em 2015 que pode ser definida como um ecossistema aberto que integra coerentemente educação, treinamento, pesquisa, tecnologia, incubação de novos negócios e também atividades de investimento. O local abriga oficinas, salas de aula, escritórios, espaços para exposições, além de um grande auditório. O projeto arquitetônico já ganhou vários prêmios e o espaço já foi ampliado – o objetivo do espaço é tornar-se, nos próximos três anos, um dos mais importantes centros de referência para a inovação na Europa.

Confira mais fotos da nossa viagem por Bolonha:

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