A Manu, nossa cliente dos roteiros personalizados, é super aventureira e decidiu passar 15 dias de férias na América Latina, numa aventura que incluiu o Chile e a Bolívia, com todos seus encantos naturais e alguns perrengues também… Vem saber como foi essa viagem incrível!
15 dias de férias na América Latina: O roteiro
Eu tinha 15 dias de férias para tirar ainda e, apaixonada por viajar, comecei a pesquisar um possível roteiro mais em conta, em que eu não gastasse tanto como uma viagem para a Europa ou o Marrocos, por exemplo. Inicialmente, pensei no Nordeste do Brasil mas me assustei com o quão é cara essa viagem! Uma das minhas melhores amigas tinha acabado de voltar do Deserto do Atacama e comentou que era um lugar exótico… E eu adoro lugares diferentes! 🙂
Viajei, mais uma vez, sozinha e planejei o roteiro da seguinte forma: quatro dias em Santiago, três dias em Pucón, seis dias no Deserto do Atacama (tudo isso ainda no Chile) e, depois, três dias no Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo, que fica na Bolívia.
Os voos
O voo de ida até Santiago foi pela LATAM e durou quatro horas – me surpreendi com uma refeição ótima que foi servida e cheguei no Chile no domingo de madrugada, sem nenhum percalço. A volta para São Paulo teve que ser antecipada em um dia pois acabei machucando o pé num dos passeios mas, no fim, deu tudo certo pra voltar.
Do Atacama para Santiago, peguei um transfer para Calama e, depois, para Santiago, utilizei a companhia low-cost Sky Airline – achei o avião meio sujinho e o lanche bem simples… Pra uma low cost, tá valendo. Comprei a passagem pelo site deles mesmo e gastei US$ 100 + taxas.
Santiago
Em Santiago, me hospedei no Rado Boutique Hostel, minha primeira parada ao chegar do aeroporto para deixar as malas e fazer check-in. O hostel é ótimo e fica no bairro Providencia, que é bem universitário. Quando eu cheguei, estava acontecendo uma festa na rua e eu não consegui dormir. Os quartos são todos compartilhados e, durante minha estadia ali, conheci muita gente bacana. O hostel tem uma churrasqueira e um terraço perfeitos para confraternização!
Em Santiago, agendei para conhecer duas vinícolas e amei! A primeira chama-se Emiliana, que tem produção totalmente orgânica, sem uso de defensivos agrícolas de qualquer tipo e tem toda uma técnica diferenciada de colheira. Fiz também uma degustação ali e foi um passeio simplesmente fantástico, recomendo! A outra vinícola que conheci chama-se Casas Del Bosque, ideal para quem curte comer bem – além de ter paisagens belíssimas. Programei a minha ida pra lá combinando um almoço no incrível restaurante do local!
Depois destes passeios, fui à Valparaíso e Viña del Mar, dois lugares que ficam a uma curta distância da capital chilena. Valparaíso eu AMEI, e Viña eu confesso que não gostei muito, achei meio parecido com o Guarujá (SP), hehe. Mas Valparaíso é uma cidade em que eu moraria fácil – adorei sua estrutura verticalizada, com aqueles morros todos, a arte de rua, os grafites!
No meu terceiro dia no Chile, fui à Cajón del Maipo, famosa por suas belezas naturais. Este passeio fiz com a empresa Indo pro Chile, que é brasileira mas conta com guias chilenos que te ajudam em tudo por lá – indico demais o trabalho deles, fiquei encantada! Cajón del Maipo fica a cerca de 100 km de distância de Santiago, aos pés da Cordilheira dos Andes. As pessoas viajam para lá em busca das piscinas termais, da reserva de água Embalse el Yeso, que abastece Santiago, e das belezas naturais – conheci uma cachoeira belíssima ali! O local ainda não é muito explorado pelos turistas brasileiros, vale muito a visita!
No quarto dia de Chile, fiquei passeando por Santiago, curtindo a cidade e conhecendo melhor suas ruas. Fui ao shopping Costaneira, onde fiz umas comprinhas, tem várias lojas boas ali que não encontramos no Brasil! Aproveitei este dia também para conhecer La Chascona, a casa de Pablo Neruda de Santiago – adorei o passeio!
Pucón
Disparado, meu lugar favorito de toda a viagem! Parece até uma cidade cenográfica de tão lindo, tipo Campos do Jordão ou Gramado! A arquitetura, as casinhas, os cafés… Uma graça! Também é um ótimo destino de viagem para quem gosta de belas paisagens e esportes radicais e turismo ecológico – os turistas podem escalar o vulcão que tem lá, fazer rafting, andar à cavalo, banhar-se nas águas termais… Eu fiz um passeio no Parque Nacional Huilo Huilo, que tem diversas quedas d’água e cachoeiras, lindas! O grupo era pequeno e foi tudo maravilhoso. Fui com a agência Newen Tour e foi ótimo!
Fiz também o passeio Tour Pela Zona, que mostra as redondezas de Pucón. Ele dura o dia inteiro e é vendido com esse nome por diversas agências de turismo. Neste passeio, você vai conhecer o Lago Caburga, com suas belíssimas águas cristalinas que foram represadas por uma erupção vulcânica (confira a foto acima), vai também conhecer o outro vulcão de Pucón, o conjunto de quedas d’água Ojos de Caburga e as incríveis Termas Los Pozones, conhecidas por suas piscinas naturais de pedras em estilo rústico e instalações básicas, com vestiários e banheiros. Lá, tem piscinas de diferentes tamanhos e temperaturas, variando entre 30°C e 42°C, uma ótima opção para relaxar.
Em Pucón, me hospedei no Chilli Kiwi lakefront Backpackers e tive uma ótima experiência! Ele é bem diferente dos outros que encontrei no Chile, tem um estilo mais americano e tinha até uma casa na árvore de frente pro lago, uma boa área externa, cama confortável e uma galera super bacana! Pra quem quiser, o hostel ainda oferece atividades como escalar vulcão, andar à cavalo… Bem legal! Em Pucón, também fui às Termas Geométricas, um passeio que indico muito! São 14 piscinas de água termal bem quente – eu amei, amei amei! A floresta é muito fechada, bem pertinho… Foi demais, um dos meus passeios favoritos!
De Pucón para Santiago, fui de ônibus intermunicipal leito! A viagem foi super tranquila, durou dez horas e o ônibus era bem confortável, descansei bastante!
Atacama
De Pucón pro Atacama, fui de avião, num voo para Calama, quando peguei um transfer de uma hora até o deserto – existe a possibilidade de ir de ônibus de Santiago para o Atacama, mas é muito demorado, não vale a pena! Meu hostel no Atacama era o Hostal Lackuntur – bem simples MESMO, as áreas comuns eram com piso de chão batido, mas fui extremamente bem recebida, a cozinha deles era muito boa. Apesar de ser tudo simples, era um hostel muito limpo e o atendimento era ótimo, gostei muito de lá. Meu segundo local de hospedagem nessa viagem pro Atacama foi o Hostal Campo Base, também ótimo! Tinha café da manhã com Nutella (inesquecível, hehe) e a estrutura acabou de ser reformada, achei bem legal!
Meus passeios no Atacama fiz com a agência FlaviaBia Expediciones, de uma brasileira que mora lá há muitos anos. O atendimento é totalmente diferenciado, eles te buscam no hostel, deixam lá de volta e todos os passeios tem refeições (ceviche, vinho, brigadeiro…) – fechei todos os passeios com eles no Atacama! O preço é um pouquinho mais alto mas o serviço é de outro mundo! Fiz com eles o passeio pro Solar de Tara, um lugar incrível e maravilhoso onde vi os flamingos e, lá, de frente pra paisagem, montaram uma mesa com um almoço bárbaro… Incrível! Fiz oito passeios com a agência dela – os que mais gostei foi o Solar de Tara e o Piedras Rojas, uma laguna azul com pedras vermelhas… Inesquecível!
Também fiz dois passeios bastante conhecidos: o Valle de La Luna e o Vale de la Muerte – este último me chamou mais a atenção, é um lugar muito legal, o vale é muito intenso! Um passeio muito pertinho e barato! O primeiro não gostei tanto assim, mas foi ok! Também fui ver o Geyser El Tatio, um lugar surreal de tão lindo! A temperatura estava 15 graus abaixo de zero, pegamos o sol nascendo, foi inesquecível! Saímos do hostel 4h30 da manhã pra presenciar aquele espetáculo!
Outro passeio que fiz foi conhecer as Termas de Puritama, compostas por oito piscinas naturais termais incríveis! Vale muito a pena fazer esse passeio, é bom pra relaxar, mais calmo… É lindo!
No Atacama, indico três restaurantes: o Adobe, o La Picada del Indio e o Barros Cafe. Um detalhe interessante: não se pode dançar no Atacama em lugares públicos, então o pessoal faz festas privadas e meio clandestinas. A cidade em si achei bem legal, tem uma rua principal que chama Caracoles, com chão batido e várias lojinhas… Parece mais coisa de outro mundo, sabe? O povo é muito simples e a realidade deles é muito diferente da nossa, valeu cada segundo!
Bolívia
Eu fechei minha ida pra lá com uma agência chilena que faz este trajeto de jipe – eu queria muito conhecer o Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do mundo. O passeio que fiz, saindo do Atacama, demora três ou quatro dias, dependendo do seu destino final – como eu queria voltar para o Atacama, o meu durou quatro dias. Contratei a agência Cordilleiratraveller e o esquema era o seguinte: quatro pessoas dentro do jipe e o motorista era um boliviano bem calado. Daí, você já nota a diferença, ele não era um guia, então não tivemos muitas explicações… Pra quem puder fazer este passeio com um guia, eu indico!
O passeio é um pouco perrengue, coisa de aventureiro mesmo! Você fica em albergues – não é hostel, é um lugar muito muito simples, onde dorme todo mundo meio junto. Em dois dias, não tinha chuveiro, não tomamos banho… No último dia, somente pago o chuveiro, então você tem que estar disposto a enfrentar uma aventura.
As belezas naturais da Bolívia são incríveis: tem muitos lagos – passamos pela Laguna Verde, pela Laguna Colorada, todas belíssimas – e foi nessa primeira parada que, ao descer do jipe, eu virei o pé e não conseguia mais pisar no chão. Eu rompi três ligamentos e não conseguia caminhar. Dei muita sorte porque os meninos do meu grupo foram muito legais e me carregaram durante todos os passeios – mas foi um sufoco, não tinha onde pegar gelo pra botar no pé, era dolorido… As pessoas precisam ter em mente que é um passeio perrengue.
O deserto de Uyuni é belíssimo, surreal, incrível… Foi bem legal, vimos o nascer do sol – o passeio é perrengue, mas valeu a pena. A comida lá é super ruim, também, tudo industrializado, enlatado… Exatamente o contrário do que eu tinha vivido no Chile! Não tem como ter regalias ali… Tem que ir pra Bolívia desapegado! Mas eu e meu grupo ficamos muito amigos!
Na volta do deserto, eles faziam algumas paradas em outras lagunas mas, como eu estava com muita dor, não consegui aproveitar! Mas, se não fosse isso, eu teria aproveitado mais! Uma dica pra quem quer comprar souvenirs é fazer isso ainda na Bolívia, são muito parecidos com os chilenos e muuuuuito mais baratos!
Os procedimentos de imigração
A imigração do Brasil para o Chile foi tranquila, mas não posso dizer o mesmo da fronteira do Chile para a Bolívia. É como se fosse uma terra sem lei, achei o lugar bem tenso e reflete bem a atual situação daquele país. Tentaram me cobrar para entrar no país, o que é considerado ilegal – isso que eu estava atravessando a fronteira com um grupo! Além disso, ninguém te conta que, em comparação com os simpáticos e solícitos chilenos, os bolivianos são bem mais quietos, colaborando pro clima de desconfiança e tensão no ar…
O clima durante a viagem
Como viajei em novembro, peguei alguns dias mais frios. Em Santiago, o clima estava bem agradável. No Atacama, peguei frio, exatamente como eu previa – se você vai viajar pra lá, compre uma legging térmica, uma boa bota e blusas térmicas para usar por baixo da roupa. Na Bolívia, peguei muuuito frio, principalmente à noite. A dica é: leve saco de dormir, sempre! Como em qualquer deserto, a temperatura cai muito à noite!
Avaliação da viagem
Foi uma grande surpresa – eu esperava lugares muito bonitos tanto no Chile como na Bolívia mas as paisagens eram de tirar o fôlego. Praticamente surreais de tão lindas! A viagem foi inesquecível, fiz muitos amigos e conheci pessoas maravilhosas, fiquei encantada com a maneira como fui tratada de forma geral.
Manú Furlan Pizzinatto
Data da viagem: Novembro 2016
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